O desaparecimento de Daniela Cristina Guterres Moraes, 34 anos, mobiliza familiares e amigos. Há oito dias, eles trocam informações e buscam pistas que possam levar ao paradeiro da empresária, assim como a Polícia Civil, que investiga o caso. Daniela não foi mais vista desde 31 de janeiro, uma quarta-feira, quando saiu da residência de uma familiar no bairro Canabarro, em Teutônia, no Vale do Taquari.
De acordo com Rosana Catarina Schermann Francisco, 60 anos, mãe de Daniela, a filha não costumava ficar sem dar informações de onde estava e sem fazer contato com a família, que mora em Santa Catarina.
— São quase 10 dias sem comunicação com ninguém. Em janeiro ainda nos falamos, ela falou com a filha. Ela não ficaria todo esse tempo sem se comunicar. A gente tem falado com muitas pessoas na cidade (em Teutônia), mas ela não fez contato com ninguém. Nenhum morador viu ela, nada. Ela nunca fez isso — desabafa Rosana.
A mãe nega que Daniela tenha problemas psiquiátricos ou transtornos, mas afirma que é possível que ela esteja desorientada, por não conhecer a região de Teutônia.
Rosana conta que Daniela foi adotada por ela aos cinco anos. A família é natural do RS, mas mora em Santa Catarina há quase 20 anos. A empresária residia na cidade catarinense de Capinzal, mas pretendia se mudar para Mafra nos próximos meses, onde vivem pessoas próximas — como a mãe, a filha de oito anos, e o ex-marido, além de alguns irmãos (no total, ela tem sete).
Durante a pandemia, Rosana conta que Daniela recebeu mensagens de um tio biológico pelas redes sociais, que a encontrou em razão do sobrenome. Ela passou a conversar com ele e demais familiares. Os parentes chegaram a visitá-la em Santa Catarina em uma ocasião, em 2023. Em dezembro do ano passado, foi a empresária que veio ao Estado passar um tempo com a família biológica.
— Ela comentou algumas vezes que tinha vontade de resgatar essa relação, conhecer essa parte da família. Então em dezembro foi para Teutônia, onde moram uma irmã e a mãe (biológica) — conta Rosana.
Sem notícias
Em Teutônia, Daniela estava na casa da irmã, onde passou o Natal e o Ano-Novo. Ela continuava mantendo contato com parentes e amigos em Santa Catarina, conta Rosana.
— Antes do Natal ela me mandou uma mensagem pedindo receita de uns pratos que queria cozinhar, eu mandei. No Natal e no Ano-Novo fizemos videochamada, estava tudo certo. Em janeiro também, ela postava diariamente nas redes, estava tudo normal. Não parecia que estava com algum problema — conta Rosana.
Ao longo do mês de janeiro, a mãe diz que o contato com Daniela passou a ficar escasso.
— A gente tentava falar com as pessoas com quem ela estava, mas só diziam que ela já tinha ido embora de Teutônia e que não sabiam para onde foi. Pensamos que ela viria para casa, em Santa Catarina, ficamos com esperança de que estivesse a caminho daqui, mas não apareceu em lugar nenhum.
A mãe afirma ainda que no dia 28, um domingo, a empresária trocou mensagens com um conhecido, e que “falava coisas confusas”.
— Ela disse umas coisas que não faziam sentido. Esse conhecido estranhou e perguntou: “Quer que eu te busque?”, e aí ela não respondeu mais — relata a mãe.
Conforme Rosana, no dia 31 de janeiro o sumiço foi comunicado pela família de Teutônia à de Santa Catarina. O desaparecimento de Daniela foi registrado à polícia pelo ex-marido dela, pelo site da Polícia Civil. Como o sistema leva alguns dias para repassar as ocorrências às equipes encarregadas, o boletim só chegou ao conhecimento de policiais de Teutônia cinco dias após o desaparecimento.
Segundo a mãe, um vizinho teria visto Daniela caminhando em uma rua de Teutônia no dia 1º de fevereiro, mas a polícia ainda investiga a informação.
Daniela teve uma boutique voltada ao cuidado com os cílios em Capinzal. Há cerca de três meses, ela fechou o estabelecimento. Ela atua com foco em mentorias online, que oferece desde 2014. A empresária também atende em salões em diferentes cidades na região, e é maquiadora e esteticista.
Investigação
O caso é investigado pela Polícia Civil de Teutônia. No dia do desaparecimento, Daniela teria saído da residência da irmã apenas com as roupas do corpo e o celular. Informações de rastreamento do telefone, que não recebe chamadas há dias, são esperadas para que a apuração entenda o trajeto da mulher.
A polícia ouve testemunhas e procura pistas que levem ao paradeiro da empresária. As equipes também buscam por câmeras de monitoramento que possam ter registrado locais por onde ela passou. A investigação procura por Daniela no município, mas também não descarta a possibilidade de ela ter deixado Teutônia.
Informações que possam levar ao paradeiro da mulher podem ser repassadas pelo telefone 197, da Polícia Civil, ou 190, da Brigada Militar.
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Gaúcha ZH