Um estudo realizado pela empresa global The Bakery com 780 pessoas por todo o país revelou que os brasileiros se preocupam mais com os riscos à própria saúde e da família do que com o emprego e a renda durante a pandemia. A pesquisa mostra ainda que a quarentena mudou de maneira expressiva a rotina das pessoas e os desafios em relação às atividades pessoais, ao trabalho, às relações com a família e a saúde física e mental.
Os dados apontam que 44% da população tenta se adaptar ao sono devido as mudanças na rotina. As preocupações são as principais razões de noites mal dormidas.
“Perder alguém próximo vítima do coronavírus é o primeiro lugar e atinge 69% (dos entrevistados). Ficar doente foi apontado por 38% e o equilíbrio mental, por 26%. O receio quanto à situação econômica do país foi citado por 43% e as turbulências políticas, por 28%”, explica a diretora do programa Ana Cláudia Rasera.
Cerca de 47% dos entrevistados buscam soluções para melhorar a qualidade do sono. As opções mais utilizadas passam pela meditação, exercícios físicos, boa alimentação, medicamentos e tecnologias de aplicativos, respectivamente.
A adaptação ao novo dia-a-dia do trabalho foi um dos pontos avaliados pela pesquisa. Para 67% dos entrevistados, o home-office passou a ser a forma de trabalho, e 35% dizem estar passando mais tempo com as tarefas do ofício do que antes. Além disso, criar hábitos saudáveis dentro de casa tem sido um problema.
De cada 10 pessoas, sete dizem que tem se exercitado menos do que antes da chegada do novo coronavírus. “O fato de as pessoas ficarem isoladas em casa também provocou o surgimento de sensações ligadas à ansiedade (42%), ao estresse (14%) e ao medo (10%)”, comenta Ana Cláudia.
“Se antes estávamos muito no piloto automático, sem tempo para pensar nos nossos planos futuros, agora tivemos a chance de desacelerar”, complementa.
A pesquisa aponta ainda que o uso do celular não é uma solução muito explorada para relaxar. Cerca de 66% afirmam que não utilizam nenhum tipo de tecnologia específica no auxílio na hora de dormir ou para tratar de sua saúde mental. Para os que utilizam, a maior parte fica nos aplicativos de meditação e exercício, que somam 15% e 13% respectivamente.
“O estresse, durante a quarentena, aumentou em mais de 70%, e poucas pessoas já fazem o uso de tecnologias direcionadas para este campo. Trata-se de uma grande oportunidade de mercado para profissionais, empresas e startups que desenvolvem e oferecem produtos e serviços ligados ao bem-estar e à saúde”, afirma Marcone Siqueira, sócio e cofundador da filial brasileira da The Bakery.
Correio do Povo