Geral
Foto: Unsplash

Um estudo recente realizado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) revelou que algumas marcas populares de pão de forma apresentam altos níveis de teor alcoólico. Em três dessas marcas, a quantidade de álcool encontrada é suficiente para que motoristas sejam autuados por embriaguez ao volante em testes de bafômetro.

A pesquisa analisou o teor alcoólico de dez marcas de pão de forma comercializadas em supermercados de todo o Brasil.

De acordo com a Proteste, se os pães fossem bebidas, seis dessas marcas seriam consideradas alcoólicas. Porém, no Brasil, para que uma bebida seja considerada como não alcoólica, ela deve conter um teor máximo de etanol de 0,5%.

O número vai além desse limite nas seguintes marcas:

  • Visconti (3,37% de teor alcoólico);
  • Bauducco (1,17% de teor alcoólico);
  • Wickbold 5 zeros (0,89% de teor alcoólico);
  • Wickbold sem glúten (0,66% de teor alcoólico);
  • Wickbold leve (0,52% de teor alcoólico);
  • Panco (0,51% de teor alcoólico).

Trânsito

Ainda de acordo com o relatório, é possível supor que consumir apenas duas fatias do pão de algumas marcas poderia resultar em uma leitura positiva no teste do bafômetro.

Pela lei brasileira, o limite permitido no teste do bafômetro é de 0,04 mg/l. Valores entre 0,05 mg/l e 0,33 mg/l são considerados infrações gravíssimas, enquanto níveis acima de 0,33 mg/l configuram crime de trânsito.

MarcaQuantidade de álcool em porção de duas fatias
Visconti1,69
Bauducco0,59
Wickbold 5 zeros0,45

Como o álcool vai parar no pão?

O processo de fermentação, responsável pelo crescimento do pão, naturalmente produz álcool. Normalmente, esse álcool é quase totalmente evaporado durante o processo de assamento. No entanto, a Proteste identificou que as empresas estão utilizando álcool como conservante para aumentar a durabilidade do produto.

Segundo a associação, cerca de 10% da produção de pães no Brasil é perdida devido ao mofo. Para combater esse problema, as empresas utilizam um antimofo diluído em álcool.

Idealmente, essa quantidade de álcool deveria evaporar antes de o produto chegar ao consumidor final, mas isso não está ocorrendo como esperado. A pesquisa indica que o problema reside na quantidade excessiva de produto utilizado.

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Estadão e G1