Internacional Atualizado há 2 anos atrás
Foto: Reprodução

Turistas brasileiros retidos desde sábado (9) por conta da nevasca na Aduana Paso Internacional Los Libertadores, no Chile, relatam os dias de espera pela liberação das estradas na região. Ao menos 34 pessoas das cidades de Teutônia e Estrela, no Vale do Taquari, a cerca de 110 km de Porto Alegre, estão no local.

Segundo o gerente comercial Gerson Henrich da Silva, os brasileiros receberam alimentação do Exército chileno na noite de domingo (10). Até então, o grupo se alimentava com bolachas e salgadinhos. O frio também surpreendeu os turistas. As temperaturas chegaram a -18°C durante a noite.

“Extremamente frio aqui fora. (…) Aqui é muito frio, a gente não consegue ficar muito tempo porque a gente não tem roupa apropriada para isso”, diz.

Outra dificuldade, relata o brasileiro, é em relação à higiene pessoal. Gerson, que está com a família, conseguiu levar a filha de seis anos para tomar banho no alojamento de um funcionário da aduana.

Por volta das 14h desta segunda-feira (11) no Chile , 15h no horário de Brasília, a neve havia diminuído, segundo a designer de interiores Lia Kich. Veículos tentavam limpar a estrada, mas havia muita neve acumulada.

Trajeto de 2,5 mil km entre o Vale do Taquari, no RS, e o Chile — Foto: Arte/g1
Trajeto de 2,5 mil km entre o Vale do Taquari, no RS, e o Chile — Foto: Arte/g1

Viagem

O grupo saiu do Vale do Taquari na quarta-feira (6). Eles passaram por Mendoza, na Argentina, e estavam a caminho de Santiago do Chile, onde ficariam quatro dias e depois retornariam para Mendoza, antes de voltar ao RS. A distância aproximada do trajeto é de 5 mil km, ida e volta.

O Ministério das Relações Exteriores afirma que, “por meio de Consulado-Geral do Brasil em Santiago, mantém contato com as autoridades locais com vistas a monitorar as condições em que se encontram esses nacionais e a prestar-lhes a assistência possível, em conformidade com a legislação local e os tratados internacionais vigentes”.

O Itamaraty ainda afirma que “o trecho chileno da travessia esteja totalmente liberado na próxima quarta-feira, mas há previsão de novas nevascas a partir do dia 14”. Leia a íntegra da nota abaixo.

O gerente da agência de viagens e turismo Betetur, que promoveu o passeio, não quis gravar entrevista, mas informou à RBS TV que os turistas sabiam do risco de não conseguirem cruzar a cordilheira e que isto é informado na contratação do pacote. Segundo a empresa, a autorização para a travessia compete ao governo chileno.

Fotos mostram condições de estrada após nevasca no Chile — Foto: Gerson Henrich da Silva/Divulgação
Foto: Gerson Henrich da Silva/Divulgação

Nota do Itamaraty:

“O Ministério das Relações Exteriores tem conhecimento da situação dos brasileiros retidos na região do passo fronteiriço de Paso de Los libertadores, entre a Argentina e o Chile, em razão de nevascas e, por meio de Consulado-Geral do Brasil em Santiago, mantém contato com as autoridades locais com vistas a monitorar as condições em que se encontram esses nacionais e a prestar-lhes a assistência possível, em conformidade com a legislação local e os tratados internacionais vigentes.

Com respeito à situação dos caminhoneiros retidos, todos se encontram alojados em abrigos mantidos pelo governo chileno. Os passageiros do ônibus de turismo retido, por sua vez, receberam alimentos e foram, igualmente, alojados em abrigos. Estima-se que o trecho chileno da travessia esteja totalmente liberado na próxima quarta-feira, mas há previsão de novas nevascas a partir do dia 14.

Em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros.”

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