Uma forte tempestade de neve provocou a obstrução da passagem internacional de Paso Cristo Redentor, na fronteira entre Argentina e Chile, nos Andes, deixando centenas de caminhões retidos no caminho. O bloqueio ocorre devido à espessa camada de gelo que se formou na estrada, oferecendo riscos aos motoristas.
Equipes trabalham na desobstrução da rodovia que liga os dois países pela Ruta Nacional 7, situada a mais de 3 mil metros de altitude. A decisão de fechar a rodovia por dois dias foi comunicada no domingo (27) em nota assinada pelo Ministério do Interior da Argentina.
No texto, o órgão explicou que “esta situação pode demorar mais do que o esperado” e pediu às empresas e motoristas que reprogramem seus itinerários, enquanto aguardam uma definição da Agência Nacional de Segurança Rodoviária (ANSV). Segundo o ministério, o “objetivo é a transitabilidade segura do Corredor Internacional.”
Entre os prejudicados está o caminhoneiro Roy Quevedo de Moraes, 35 anos, natural de Uruguaiana, na Fronteira Oeste, que espera há quase duas semanas em um pátio, ou parqueadero, no Chile, para seguir viagem rumo à Argentina. Segundo ele, há cerca de 2 mil motoristas brasileiros aguardando para fazer a travessia. Caso ocorra nova nevasca, ele projeta que a espera se estenda por mais uma semana.
— Hoje (segunda-feira) faz 13 dias que estamos aqui, sem previsão e sem notícias. Abriu uma brecha com dois dias de tempo bom, que foi sábado e domingo, porém, não abriram (a travessia) porque priorizaram o turismo. Estamos aqui sem expectativa de liberação. A maioria já está sem dinheiro, porque aqui no Chile são muito caros esses pátios onde a gente fica — explica o caminhoneiro.
Em outro pátio, em Los Andes, o motorista Cristiano Pedroso, 39 anos, que transporta uma carga de vinhos do Chile para Santa Catarina também está preso. Também natural de Uruguaiana, ele diz que já passou por essa situação diversas vezes e que até já se acostumou. Ele conta que, no pátio em que aguarda a liberação da rodovia, há cerca de 500 caminhões na mesma situação.
— Aqui a gente fica tranquilo, tem um armazém para comprar carne e mantimentos. O valor é bem alto, mas isso é normal. Tem banho, toda a assistência necessária — diz.
Pedroso relata que se passaram dois dias sem nevar na região e que foi feita uma tentativa de limpeza da estrada pelas autoridades locais, mas sem sucesso. Pedroso estima que, quando ocorrer a liberação, o fluxo de veículos seja intenso.
— Quando liberar vai ter bastante fila, vai ser bem complicado pela quantidade de caminhões. Isso acontece todos os anos. Quem vem pra cá está preparado para isso. Essa nevada que ocorreu, chamada Santa Rosa, deve ser a última — comenta.
Por volta de 21h desta segunda-feira, o governo argentino publicou um novo comunicado informando que a travessia internacional do Paso Cristo Redentor seguirá bloqueada, sem um prazo para liberação.
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Gaúcha ZH