Internacional
Foto: Divulgação

Na quarta-feira, 15, o jornal El País da Espanha, um dos mais conhecidos mundialmente, publicou uma nota na qual destacou as Cataratas do Moconá em Misiones como um dos melhores lugares para visitar a Argentina.

O El País publicou uma nota com este título: “Saltos de Moconá, a joia escondida da selva missionária argentina”. De Misiones Online, mostramos o texto completo da nota do renomado jornal espanhol:

“Localizadas a 300 quilômetros das famosas Cataratas do Iguaçu, essas cachoeiras são um convite ao turismo de aventura e à descoberta da vida tranquila de El Soberbio e da Selva Paranaense.

Cachoeira do Moconá
Foto: captura de tela do jornal El País.

Em um ponto perdido na província argentina de Misiones, 1.200 quilômetros ao norte de Buenos Aires, no final de uma longa estrada asfaltada, existe um lugar chamado El Soberbio. Como qualquer cidade com aspirações de progresso, tem um semáforo. Pode não estar lá, porque El Soberbio é um lugar tranquilo às margens do rio Uruguai, com ruas de terra vermelha, casas baixas e crianças correndo pelas calçadas.

Como basta atravessar o rio para chegar ao Brasil, muitos de seus habitantes falam um espanhol misturado ao português que dá um ar de irrealidade coletiva aos sons, comidas e costumes. Estamos no coração da selva paranaense, ou o que resta dela, e apenas três horas de estrada ao sul das Cataratas do Iguaçu. O turista conhece aquelas quedas estrondosas, marca registrada do turismo internacional na Argentina. Mas a maioria não sabe que em El Soberbio existe uma joia escondida que vale a pena descobrir: as cachoeiras de Moconá.

As Cataratas do Moconá são uma anomalia geológica única em seu gênero. Uma falha que corre ao longo do rio Uruguai criou varandas de até 15 metros de altura e três quilômetros de extensão. O viajante navega por eles por baixo, seguindo a água que desce paralelamente ao canal. O aroma e os sons da selva se misturam em uma experiência inesquecível que, vale ressaltar, é tão selvagem em seus detalhes.

Imagens: Luís Carlos Pez/Três Passos News

Se tiver chovido muito, o rio crescerá até cobrir as quedas e onde havia cachoeiras barulhentas só se verá águas plácidas. Esse é o custo de enfrentar a mata virgem. Mas não se desespere, porque em El Soberbio há muito mais do que cachoeiras.

Esta cidade missionária é filha da indústria madeireira. Muitos colonos brasileiros de origem alemã escolheram a área para desenvolver seus negócios. Havia sobra de matéria-prima e o Rio Uruguai servia como meio de transporte barato. A cidade cresceu, mas não muito. Hoje conta com alguns milhares de habitantes que vivem do cultivo do fumo, da citronela e da erva-mate e buscam no turismo uma nova oportunidade de desenvolvimento. Quem optar por visitá-lo verá um projeto em pleno crescimento que tem o desafio de não morrer de sucesso. O charme do lugar é, justamente, que os ônibus lotados de turistas não chegam e as grandes redes hoteleiras se concentram nas Cataratas do Iguaçu. Mas não é por isso que falta infraestrutura.

Ao longo da Rota 2, que percorre as margens do rio Uruguai até as cachoeiras, há lugares para dormir e visitar cheios de história. Como a casa da família de Adelmar Galiano, descendente de emigrantes italianos e ucranianos que moram em El Soberbio desde a época de sua fundação. Na fazenda é cultivada a citronela (Cymbopogon nardus), erva asiática da qual se extrai um óleo usado como desinfetante e repelente de mosquitos.

Galiano adora seu trabalho e mostra aos visitantes a cachoeira que cai em sua terra e as plantas de citronela que seca ao sol antes de destilar o óleo com um alambique de sua invenção. “Agora somos poucos que se dedicam à citronela”, lamenta, “porque muitas famílias mudaram para o tabaco. E o fumo tornava a lenha e a água escassas.”

A selva está em constante tensão com o progresso. Por isso, o desafio das autoridades locais é garantir o turismo sustentável, como explica Víctor Motta, diretor do modelo de desenvolvimento: “Aqui não entra ônibus de dois andares e não temos hotéis cinco estrelas. Nem sequer há ônibus que percorrem a Rota 2 até Los Saltos”.

No caminho há uma reserva particular de cerca de 40 hectares chamada Yasí-Yateré, obra de Leo Rangel Olivera, um uruguaio que cultiva mais de 300 tipos de frutas e outras plantas comestíveis. Facão na mão, Rangel corta as frutas, ainda pingando, para que o turista possa saboreá-las com as mãos. Já experimentou até o café, resgatando do esquecimento plantas que um visionário trouxe sem muita sorte em meados do século passado. “Sonhamos com uma fazenda que conviva com a selva”, diz. “Quando você arranca a floresta, acaba a matéria orgânica. Depois de alguns anos, a terra fica estéril e só serve para a pecuária, por isso trabalhamos com um modelo de agricultura permanente”, explica.

O Parque Nacional do Iguaçu, onde estão as cachoeiras, foi criado em 1934 em terras onde vivem onças (onças), pumas, antas e pássaros de todos os tipos imagináveis. A acomodação depende dos bolsos. Você pode pernoitar na reserva Guarani da selva de Iryapú, perto da zona urbana de Puerto Iguazú, em lugares como o Loi Suites Iguazú, com quartos a partir de 200 euros por noite.

Se estiver mais confortável, vale a pena gastar 400 euros por um quarto duplo no Gran Meliá Iguazú, o único hotel que, por estar dentro do parque, tem vista para as cataratas. Como o sol nasce ao pé das passarelas, é possível visitá-las bem cedo pela manhã, antes da chegada de milhares de turistas. O esforço vale a pena”.

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