Internacional
Foto: Misiones Online

A natureza enquadrada na Reserva Yabotí com as icônicas Cataratas de Moconá, está posicionada entre os locais escolhidos pelos viajantes europeus e latino-americanos mais aventureiros e comprometidos com o turismo sustentável. A biodiversidade única do bioma Mata Atlântica uniu dois parques estaduais da Argentina e do Brasil na proteção de sua conservação.

O Parque Provincial de Moconá é um local que possui uma das maiores cachoeiras longitudinais do mundo (ou seja, em linha reta), e é um dos tesouros florestais remanescentes do Rio Grande do Sul, Brasil; e no norte da Argentina, na província de Misiones, a uma distância aproximada de 290 km. da cidade de Posadas.

Com uma superfície de mil hectares, o Parque Provincial Moconá integra os 235 mil hectares da Reserva da Biosfera Yabotí, dentro da ecorregião da Mata Atlântica, uma das florestas mais biodiversas do país e a que possui maior biodiversidade no continente, depois da Amazônia.

É o refúgio natural de espécies de alto valor de conservação, como a onça-pintada (Panthera onca), e de cenários naturais únicos no planeta, como as Cataratas do Iguaçu ou as Cataratas do Moconá, que se destacam como um dos destinos escolhidos pelo viajantes mais aventureiros, atraídos pelo ambiente natural e suas paisagens florestais.

Compartilhadas na fronteira entre Argentina e Brasil, as Cataratas do Moconá permanecem protegidas na categoria de parques estaduais em ambas as margens que mantêm o local como unidade de conservação, turismo ecológico e pesquisa, e estão unidas em ações conjuntas de controle e fiscalização.

Do lado brasileiro, o Parque Estadual do Tuvo está localizado no município de Derrubadas, e possui mais de 17 mil hectares de mata nativa, centenas de espécies de pássaros, centenas de outras espécies de flora, sendo o principal atrativo do Parque o “Salto do Yucumã”, em português, com 1,8 km de extensão, é considerada a maior cachoeira longitudinal do mundo.

Esses parques estaduais protegem uma área na fronteira que abriga espécies ameaçadas de extinção, como a onça-pintada, a onça-parda, o caititu, a anta ou anta, o gavião-real, a jacutinga e o uru.

No Parque Moconá existem árvores de até 30 m de altura, entre as quais se destacam o cedro, a grapia, a canjerana e o louro. Existem também diversas espécies de peixes, répteis, anfíbios, borboletas, insetos e cogumelos.

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queixadas

A particularidade das cachoeiras do Moconá é que são imprevisíveis e surpreendentes em sua paisagem, atraindo os mais intrépidos viajantes europeus ou latino-americanos em busca de experiências autênticas, segundo o Parque Provincial.

“Apesar da falta de previsibilidade de avistamento das quedas, já que para aproveitá-las no seu percurso com a navegação depende do clima, das chuvas da região, da subida do Rio Uruguai que varia ao longo do ano, as quedas d’água podem apresentar diferentes alturas (alta com 9 metros, intermediária com 4 metros ou menos e baixa com 2 metros ou menos). Neste final de ano tivemos praticamente dois meses sem acesso ao Parque Provincial e passeios náuticos devido à enchente do rio, mas o destino atualmente oferece uma ampla gama de atividades para desfrutar na Selva Misionera, caminhadas, visitas guiadas, observação de pássaros, entre outras atividades também de conexão com a natureza. E muito em breve haverá novas propostas”, disse o guarda-parque do PP Moconá, Leonardo Rangel Olivera, em entrevista ao ArgentinaForestal.com .

Parque Provincial de Moconá, Saltos del Moconá. Do lado argentino estão habilitados passeios náuticos. 

Comentou que “os visitantes europeus que vêm ao Parque Provincial são os mais aventureiros, geralmente são mochileiros, que viajam sozinhos para a região ou planejam um passeio pelo país em casas móveis, este último está acontecendo muito porque optam por divertem-se de forma consciente: “Gostam de ficar vários dias e interagir com a população local, conhecer a nossa cultura e querem ter uma experiência direta com o local”, afirmou.

As operadoras de turismo internacionais não podem incluir visitas a Moconá no pacote de visitas por ser uma oferta instável devido às condições climáticas da região, portanto, os turistas que desejam conhecer o destino se organizam individualmente e consultam previamente antes de viajar. para navegar pelas cachoeiras.

MOCONÁ É PARA QUEM GOSTA DA AVENTURA DE DESCOBRIR O LUGAR, QUE QUER SE SURPREENDER COM OS MAGNÍFICOS PONTOS DE VISTA E TRILHAS NATURAIS QUE O DESTINO TEM NA EXTENSA RESERVA DA BIOSFERA YABOTÍ, COM SÍTIOS AUTÊNTICOS, SELVAGENS, IMEROSOS NA RURALIDADE E NO PLENO DESENVOLVIMENTO DO ECOTURISMO .

“Moconá é muito mais que as cachoeiras, embora sejam únicas no mundo e magníficas, o destino turístico é um verdadeiro tesouro natural que cativa, inspira e promove a conservação ambiental”, afirma Rangel Olivera.

Com foco no turismo sustentável e sua rica oferta de atividades, Misiones atrai cada vez mais viajantes de todo o mundo que escolhem a província pelo seu compromisso com a preservação ambiental e o desenvolvimento comunitário.

Reserva da Biosfera Yaboti, El Soberbio, Misiones, Argentina.

O TURISMO SUSTENTÁVEL SE TORNOU UMA TENDÊNCIA GLOBAL E MOCONA NÃO É EXCEÇÃO. OS VIAJANTES PROCURAM EXPERIÊNCIAS QUE PERMITAM DESFRUTAR DA NATUREZA DE FORMA RESPONSÁVEL, CONTRIBUINDO PARA O CUIDADO DO MEIO AMBIENTE E APOIANDO AS COMUNIDADES LOCAIS.

Seguindo nesta linha, e no âmbito do processo de elaboração do Plano de Gestão da Reserva da Biosfera Yabotí (RBY) levado a cabo pelo Ministério da Ecologia e dos Recursos Naturais Renováveis ​​sob a coordenação da Ananda Environmental Consulting, realiza-se esta semana a 6ª edição participativa workshop, no qual, nesta ocasião, foram abordadas estratégias e ações para a conservação da área e o desenvolvimento local com a comunidade local e o setor turístico.

Concessão privada no Parque Estadual do Turvo

Do lado brasileiro, no ano passado iniciaram ações para execução do plano de manejo do Parque Estadual do Turvo, o espaço tem capacidade para 490 pessoas, incluindo todos os atrativos.

Segundo  Carlos Kuhn , guarda-parque e subgerente desde janeiro de 2024, através de um contrato de concessão com a iniciativa privada, realizam “um trabalho muito positivo para planejar, melhorar e monitorar aspectos de qualidade na prestação do serviço de turismo ambiental”. indicado.

O governo brasileiro assinou contrato de concessão com a empresa Três Fronteiras Navegação e Turismo, do grupo Macuco Safari, que atua há 35 anos com ecoturismo no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná.

“Acreditamos que o uso público e a visitação ao Parque do Turvo são fundamentais para o processo de conservação. Ao fazer parcerias com entidades privadas, a nossa equipa consegue ter mais tempo para se concentrar na monitorização do perímetro do Parque e ajudar na investigação científica”, explicou o guarda-parque.

Além disso, a ideia é manter o foco no ensino por meio da entrada gratuita de alunos e professores nas atividades escolares e de educação ambiental.

Outro ponto levantado por Kuhn pode ajudar a desmistificar quem é contra esse tipo de associação. Segundo ele, o novo parceiro pode ajudar a controlar um dos maiores desafios de gestão do Parque Estadual do Turvo: o atropelamento de animais silvestres, ameaça à conservação das espécies que também se repete no lado argentino.

“No caminho para Salto, ou ao percorrer percursos que atravessam áreas naturais, as pessoas conduzem os seus próprios carros e muitas vezes não respeitam o limite de velocidade, o que é muito prejudicial para os animais silvestres. Estamos numa área de conservação, o espaço é dos animais. O consórcio criado tem um plano para que o transporte seja realizado apenas com veículos do Parque, o que vai ajudar nessa proteção”, explica o gestor.

“O relacionamento tem sido muito bom, conversamos muito sobre tudo. O parceiro tem ideias, apresenta o projeto e nós fazemos uma avaliação criteriosa. O diálogo com as concessionárias é ótimo”, afirma sobre seus novos aliados para a sustentabilidade do destino.

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Descobrindo Moconá

As atividades náuticas são uma maneira emocionante de entrar no ambiente pitoresco do Rio Uruguai, cercado por uma selva exuberante, até chegar às impressionantes Cataratas do Moconá.

Estas cascatas longitudinais variam o seu aspecto consoante o nível do rio, oferecendo um espectáculo natural sem igual. Parques estaduais, como o Parque Provincial Moconá e o Parque Estadual do Turvo, oferecem cuidados com áreas de acesso público, serviços de qualidade e guias turísticos para uma experiência enriquecedora e segura.

Com as suas iniciativas de conservação, programas de educação ambiental e desenvolvimento de atividades amigas do ambiente, Mocona posiciona-se como um destino exemplar em termos de turismo sustentável. Cada visita oferece não só momentos inesquecíveis, mas também a oportunidade de contribuir para o cuidado do planeta.

Algumas das atividades para desfrutar na selva e cachoeiras de Moconá:

  • Passeios náuticos ao Salto del Moconá
    É, sem dúvida, o principal atrativo turístico, até descobrirem a aventura na Selva Paranaense.

A vista das cachoeiras nesta temporada é realmente incrível. Possui Centro de Visitantes, áreas com trilhas para o entorno de Salto.

Ao chegar, há uma caminhada de cerca de 500 m até o Salto do Yucumã. A vista é superlativa ao longo do rio Uruguai, na fronteira com a Argentina. É importante lembrar sempre: as cachoeiras variam conforme o nível do rio.

  • Observação de aves
    Para quem gosta de trilhas, existem diversas opções de diferentes níveis de dificuldade, para os mais aventureiros, torna-se um dos locais mais escolhidos para observação de aves.

O destino já é ponto de encontro de observadores de aves no país e é um nicho que vem crescendo.

Do Rio Grande do Sul trabalham na definição de um roteiro e, mais do que isso, um horário mais adequado para esse público, já que o Parque é o único do estado com avistamento de algumas aves como o falcão emplumado, por exemplo . Aliás, em Fevereiro de 2024, uma harpia foi avistada nas instalações da Turvo, após 5 anos sem ser vista.

  • Cicloturismo
    Descobrir o parque sobre duas rodas também pode ser uma experiência inesquecível. O passeio pode ser feito acompanhado de carro de apoio ou guia. Os visitantes podem andar de bicicleta ou alugar uma pequena no local.

Trilha Chachi em PP Mocona ou Trilha Yaguareté no Parque Estadual Turvo

No parque provincial é possível fazer caminhadas pela trilha Chachi, caracterizada por sua baixa dificuldade e extensão de 1.800 metros. Ou caminhadas guiadas pela trilha La Gruta, de dificuldade média e distância de 1.200 metros.

Do lado brasileiro, com dificuldade um pouco maior e com cerca de 1.500 m, é um caminho pela Mata Atlântica, com toda a biodiversidade do local também há trilhas naturais.

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Misiones Online