Um evento inusitado marcou o primeiro dia do ano em Humaitá, cidade do noroeste do Rio Grande do Sul. O município ficou sem prefeito por nove horas após a antiga administração, que perdeu a reeleição, deixar a prefeitura antes da cerimônia de posse e da transmissão de cargo.
Segundo relata o novo prefeito de Humaitá, Luiz Carlos Sandri (PP), eleito com 1.730 votos (46,96% dos válidos), ele encontrou a prefeitura com a porta apenas encostada, sem ninguém da antiga administração presente, e a ata de transmissão de cargo na mesa do gabinete do prefeito, já assinada.
Agora ex-prefeito, Paulo Schwade (MDB) concorreu nas eleições de outubro, recebeu 1.489 votos (40,42% dos válidos) e não foi reeleito.
Luiz Carlos Sandri foi empossado pela Câmara Municipal em ato que iniciou às 17h. Após, se encaminhou junto ao seu vice Delcio Seibel (PP), à prefeitura, que fica próxima à sede do Legislativo.
“Depois, viemos para a prefeitura para fazer a transmissão de cargo e fomos comunicados que, às 7h30, a antiga administração fez uma ata de transmissão de artigo sem a presença do prefeito e do vice eleitos. A gente só pode fazer a transmissão de cargo após a posse”, relata Sandri.
“A gente chegou na prefeitura, a porta estava aberta e no gabinete tinha a ata. Ali dizia que eles teriam realizado a transmissão de cargos e que nós não comparecemos. Quando chegamos, não havia ninguém da antiga administração. Apenas seguranças com relação ao evento da Câmara”, continua.
Foi preciso elaborar, então, uma nova ata, visto que a transmissão de cargos só pode ocorrer após a posse pela Câmara, de acordo com a lei orgânica do município. A nova ata foi assinada por volta das 18h30. A prefeitura ficou vacante, portanto, por cerca de nove horas.
Sandri não sabe o motivo que levou ao ocorrido. Diz que não houve inflexão política nem desavenças durante a campanha e relata um processo tranquilo de transição. “Havia uma comissão de transição que nós nomeamos. Foi feita a transição com harmonia. Acho que é questão política. Mas não houve problemas para chegar a esse ponto”, afirma.
A reportagem tentou contato com o ex-prefeito Paulo Schwade (MDB), mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
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Correio do Povo