Está marcado para começar às 8h30 desta terça-feira (17) o segundo dia de audiências no júri de Alexandra Dougokenski, acusada de matar o filho, Rafael Mateus Winques, de 11 anos, em Planalto, no Norte do Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério Público (MP), o pai e o irmão do menino devem ser ouvidos como testemunhas.
Rodrigo Winques, pai da vítima, foi indicado para testemunhar pela acusação e pela defesa. Mesma situação de Anderson Dougokenski, irmão da vítima e filho da denunciada.
A defesa de Alexandra afirma que Rodrigo seria responsável pela morte de Rafael. “A Alexandra fala: ‘botaram minha cabeça numa bandeja de prata e jogaram’”, diz o advogado Jean Severo.
“Isso é absolutamente incabível perante todas as provas que nós temos já”, afirma o promotor Diogo Gomes Taborda, responsável pela acusação.
Além disso, existe a previsão do depoimento de Delair Pereira de Souza, ex-namorado da denunciada, também indicado por acusação e defesa da ré.
A ré é a mãe de Rafael, Alexandra Dougokenski. Ela está presa desde a época do crime e é acusada de quatro crimes: homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
Rafael morreu por asfixia provocada por estrangulamento, segundo a perícia. O primeiro júri, em março de 2022, foi encerrado após cerca de 11 minutos, devido a um desentendimento entre a defesa e a acusação.
Primeiro dia de júri
O primeiro dia do júri da morte de Rafael Mateus Winques teve depoimentos de dois delegados e da ex-professora do menino.
A primeira a depor nesta segunda foi a ex-professora de Rafael, Ana Maristela Stamm. Ela dava aulas de ciências e artes à vítima. Disse que menino era muito inteligente, disciplinado e querido, mas muito quieto. Ela lembrou que, durante as buscas por Rafael, foi algumas vezes à casa de Alexandra. Disse que a mãe do menino não parecia aflita com o desaparecimento do filho e “se mostrava tranquila”.
O segundo a depor foi o delegado Ercilio Raulileu Carletti, que conduziu as investigações na época do crime. Ele destaca que ao fim do inquérito, não restou dúvidas para a polícia de que Alexandra matou o filho. “Tenho certeza absoluta que foi ela [que matou Rafael]. Se não tivesse certeza não teria indiciado ela”, disse.
Na sequência, foi realizado o depoimento do delegado Eibert Moreira Neto. Segundo o delegado, todas as hipóteses foram investigadas pela polícia, porém todas elas foram “totalmente” afastadas, como a de que Alexandra encobria outra pessoa ou contava com ajuda de terceiros. “Ela confessava a prática do crime, mas a dinâmica que ela estabelecia não era inverossímil”, disse.
Houve discussões entre a equipe de defesa da ré e os representantes da acusação, sendo necessário que a juíza interrompesse a sessão.
Relembre o caso
Rafael desapareceu no dia 15 de maio de 2020. Alexandra sustentava que ele teria ido dormir e, na manhã seguinte, não estava mais em casa. Dez dias depois, ela confessou que havia assassinado o filho e indicou a localização do corpo, dentro de uma caixa de papelão em um terreno da casa vizinha.
Segundo o Ministério Público, responsável pela acusação, Alexandra teria feito com que o filho tomasse dois comprimidos de Diazepam, um ansiolítico com efeito calmante, sob o pretexto de que ele dormiria melhor. Assim que o medicamento fez efeito, Alexandra teria estrangulado o menino com uma corda.
A ré apresentou diferentes versões do crime ao longo do inquérito e da instrução judicial. Por fim, passou a acusar o pai de Rafael, Rodrigo Winques. A defesa dele nega.
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