Justiça
O réu, Alexsandro Alves Gunsch, durante o julgamento. Foto: TJRS / Divulgação

Alexsandro Gunsch, 49 anos, foi condenado a 26 anos e 8 meses anos de prisão pelo assassinato de Débora Michels Rodrigues da Silva, 30. A sentença foi proferida na madrugada deste sábado (26), após mais de 16 horas de julgamento.

Os dois estavam em processo de separação quando o crime ocorreu em 26 de janeiro de 2024, em Montenegro, no Vale do Caí. O corpo da vítima foi abandonado na calçada em frente à casa da família de Débora.

Gunsch foi condenado pelo crime de homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Esta foi a segunda tentativa de julgar Gunsch. Em março, no começo da sessão, a juíza Débora Vissoni anunciou que o réu havia revogado os poderes da advogada que lhe defendia até então. Como ele não apresentou nova defesa, o julgamento não pode ser realizado. Dias depois, nova data foi agendada pelo Judiciário. 

O homem está preso desde 28 de janeiro de 2024, quando apresentou-se à Polícia Civil e confessou o assassinato da companheira.

Comoção

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Débora Michels Rodrigues da Silva, 30 anos, a Debby, era personal trainer. Foto: Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

A morte de Débora causou comoção no município de Montenegro, onde chegou a ser realizado um protesto. Debby, como era conhecida, atuava como personal trainer desde 2011. Nas redes sociais, ela compartilhava dicas de treinos e rotina na academia.

Formada em Educação Física pela Unisinos, trabalhava em uma academia em Montenegro. Dedicada aos cuidados com o corpo, ela também chegou a vencer competições de fisiculturismo. Alexsandro também é fisiculturista.

Relembre o caso

Débora Michels Rodrigues da Silva foi encontrada morta na manhã de 26 de janeiro do ano passado, em frente à casa dos pais. À Polícia Civil, o homem admitiu ter agredido a mulher e ter abandonado o corpo dela na calçada.

Em depoimento, Gunsch disse à polícia que, durante uma discussão, ele e a vítima trocaram agressões. Na sequência, ele teria a segurado pelo pescoço, levantado e a arremessado contra um guarda-roupas, momento em que ela teria começado a passar mal.

Depois, ele relata que colocou Débora no carro e, no deslocamento, percebeu que ela estava morta. Gunsch disse ter ficado desesperado com a situação e decidido deixar o corpo em frente à casa da família.

Acusação diz que crime foi premeditado

No entendimento do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), no entanto, o crime teria acontecido de outra forma. Para a acusação, ele assassinou Débora de forma premeditada. Após fazer uso de cocaína, por estar irritado pelo término do relacionamento, teria esganado a personal trainer.

Após, conforme o MP, o homem recolheu o corpo dela, colocou em seu carro e abandonou em frente à casa dos pais dela. A morte, conforme certidão de óbito, foi causada por asfixia mecânica. Para o Ministério Público, o motivo torpe se dá em razão do sentimento de posse do réu em relação à vitima.

Dois dias antes de ser encontrada morta, Débora havia feito a vistoria no imóvel onde planejava recomeçar a vida.

Contraponto

Zero Hora entrou em contato com a defesa de Alexsandro Gunsch e aguarda retorno.

Como pedir ajuda

Brigada Militar – 190

  • Se a violência estiver acontecendo, a vítima ou qualquer outra pessoa deve ligar imediatamente para o 190. O atendimento é 24 horas em todo o Estado.

Polícia Civil

  • Se a violência já aconteceu, a vítima deverá ir, preferencialmente à Delegacia da Mulher, onde houver, ou a qualquer Delegacia de Polícia para fazer o boletim de ocorrência e solicitar as medidas protetivas.
  • Em Porto Alegre, a Delegacia da Mulher na Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia, no bairro Azenha. Os telefones são (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências).
  • As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há DPs especializadas no Estado. Confira a lista neste link.

Gaúcha ZH

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