Justiça
Foto: Maicon Ferreira / Luz e Alegria

Dieison Corrêa Zandavalli, 36 anos, acusado pelo estupro e morte de Daiane Griá Sales, em 2021, foi condenado nesta sexta-feira (14) a 36 anos e seis meses de prisão

Zandavalli foi considerado culpado pelos crimes de estupro de vulnerável e homicídio qualificado (seis qualificadores). O tempo de prisão foi estabelecido pela juíza Ezequiela Basso Bernardi Possani.

A decisão veio após deliberação do júri que começou na quinta (13) no Fórum de Coronel Bicaco, no noroeste gaúcho. Ao todo, os jurados ouviram os depoimentos de 11 testemunhas. Acusação e defesa começaram os debates nesta sexta, por volta das 9h. 

Da etnia caingangue, Daiane vivia na Terra Indígena Guarita, no interior de Redentora, município de 9,9 mil habitantes que fica perto da fronteira com a Argentina. Ela foi estuprada e morta no fim de julho de 2021 e seu corpo só foi encontrado quatro dias depois.

Nos dias do júri, mulheres protestaram pela condenação do réu em frente ao Fórum de Coronel Bicaco. 

Relembre o caso 

Polícia Civil / Divulgação
Daiane Griá Sales, 14 anos, foi assassinada próximo à reserva indígena da Guarita, em Redentora, noroeste do Estado .Polícia Civil / Divulgação

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Daiane foi estrangulada pelo réu e morreu por asfixia. O crime teria ocorrido após a vítima aceitar uma carona do acusado, que a teria levado para uma área de lavoura onde cometeu o estupro e depois o homicídio.

Ainda conforme a denúncia, Zandavalli teria se aproveitado do estado de embriaguez da menina, impossibilitada de reagir, usando de violência, com toques e beijos, apoiando-se sobre ela. O corpo da adolescente foi achado mais de três dias depois dos fatos, em um matagal.

A denúncia do Ministério Público destaca a presença de qualificadoras no crime, como o desprezo do réu pela população indígena Caingangue (etnofobia) e o menosprezo e discriminação à condição de mulher da vítima (feminicídio).

Em seu interrogatório, o acusado negou ter cometido os crimes. A defesa chegou a solicitar a instauração de um incidente de sanidade mental, que concluiu que o réu é capaz de compreender o caráter ilícito de seus atos.

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Gaúcha ZH