Justiça
Joedison Souza dos Santos e Mariane Kelly. Foto: Divulgação

O caso do assassinato de Mariane Kelly dos Santos em Santa Catarina, ocorrido em abril de 2021, finalmente teve um desfecho com a condenação dos envolvidos. Joedison Souza dos Santos, conhecido como pastor Jota e marido da vítima, recebeu a maior pena, com 29 anos e seis meses de prisão. Sua amante, Shirlene da Silva dos Santos, foi condenada a 20 anos e nove meses e 18 dias de reclusão, enquanto Lucas Prazeres Fernandes, genro de Shirlene e executor físico do crime, pegou 18 anos de prisão.

Na ocasião, o corpo de Mariane foi encontrada no Rio Itajaí-Açu, na cidade de Navegantes, com 24 perfurações a faca, além de ter mãos e pés amarrados. O planejamento do crime envolveu enganar a vítima, que aceitou uma carona da amante de seu marido sem saber que seria levada à morte.

Segundo a ação penal, Joedison teria coordenado todo o ataque por telefone, enquanto Shirlene executou o plano juntamente com Lucas. O sumiço de Mariane foi percebido por pessoas próximas, incluindo sua filha e colegas de trabalho, que estranharam sua ausência e a falta de envio de localização. Uma busca por câmeras de segurança na região levou à identificação do carro usado no crime.

Para ocultar o corpo, os criminosos amarraram mãos e pés da vítima já morta e a lançaram no rio Itajaí-Açu. Em seguida, se livraram das roupas sujas de sangue e tentaram simular um assalto para induzir a perícia ao erro, desconfigurando o carro utilizado.

O crime teria sido planejado para que Joedison e Shirlene pudessem ficar juntos, e o homem se comprometeu a pagar R$ 2,5 mil a cada um dos participantes do ataque. O desfecho do caso revela a brutalidade por trás de um crime que chocou a comunidade de Santa Catarina.

Ainda de acordo com a ação penal, desde que se mudou para um bairro mais distante do serviço, Mariane contava com o marido, que ia buscá-la, ou usava um carro de aplicativo, e, quando isso acontecia, mandava a localização para a filha. Porém, Shirlene já havia buscado Mariane outras vezes.

Caso trágico inspirou projeto de proteção à mulher. Foto: reprodução

Como homenagem à memória de Mariane, o Centro de Evangelização Integrada criou a Casa Mariane, projeto que visa apoiar mulheres vítimas de violência doméstica, oferecendo assistência jurídica e psicológica. Danelise de Oliveira da Silva, diretora da Casa Mariane, ressaltou a importância do projeto na prevenção de futuras tragédias semelhantes.

“O que aconteceu com a Mariane foi um choque para a comunidade evangélica que a vítima frequentava. A partir do que ocorreu, foi fundado o projeto. Ela sempre passou muita leveza, gentileza, distribuía sorrisos, e de repente é vítima de uma situação dessas. Não sabemos se já passava por um casamento abusivo. Então, não queremos que outras mulheres passem por isso, é que nós estejamos ali para ouvi-las e acolhê-las” afirmou Danelise de Oliveira da Silva, diretora da Casa Mariane, em entrevista ao NSC Total.

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DCM