Mais de 3 mil pessoas contraíram brucelose depois que uma bactéria escapou de um laboratório farmacêutico em Lanzhou, na capital da província de Gensu, na China. De acordo com a agência de notícias France Presse, autoridades do país relataram que o acidente ocorreu em 2019. A empresa estatal Unidade Biofarmacêutica de Lanzhou para Pecuária aplicou um desinfetante vencido na produção de uma vacina contra brucelose para animais.
As bactérias resistiram ao produto e contaminaram gases que são emitidos pelo laboratório. Os vapores se espalharam por instalações vizinhas, como o Instituto de Pesquisa Veterinária, onde quase 200 pessoas foram infectadas em dezembro do ano passado. No dia 8 de setembro, autoridades revelaram que um total de 3.245 pessoas testadas receberam diagnóstico positivo para brucelose.
Também conhecida como “febre de Malta”, a doença pode ser transmitida a humanos pelo contato direto e indireto com animais infectados, incluindo gados, porcos, ovelhas, entre outros. Outro meio de contaminação corresponde à ingestão de produtos de origem animal contaminados, principalmente leite não pasteurizado e derivados, como queijo, manteiga e sorvetes. Os sintomas são febre, mal-estar, cansaço, fraqueza, perda de peso, dores de cabeça, dores nas articulações e no abdômen.
O governo local disse não ter identificado transmissões de pessoas para pessoas, informou a France Presse. Os pacientes infectados devem receber indenizações a partir de outubro. Já o laboratório perdeu a licença para produzir vacinas animais contra a brucelose.
Tratamento e Prevenção
De acordo com o Ministério da Saúde brasileiro, a brucelose é uma doença ainda pouco conhecida, de difícil diagnóstico e subnotificada. Ela atinge principalmente trabalhadores que manejam animais e da cadeia de produção de laticínios, carnes e derivados. O tratamento da infecção ocorre com o uso de antibióticos, se não tratada adequadamente a doença pode desenvolver quadros crônicos, alerta a pasta.
Ainda não há uma vacina efetiva para humanos contra a brucelose. Os principais métodos de prevenção é manter uma boa higiene e desinfecção dos locais de produção animal e de produtos derivados, assim como utilizar corretamente equipamentos de proteção durante as atividades laborais. O órgão recomenda ainda a preferência pelo consumo de produtos lácteos preparados com leite fervido ou pasteurizado e carnes bem cozidas.