A vida fora da Terra é um tema recorrente em filmes, livros e outras obras de ficção científica, mas ainda não há evidências concretas da existência de extraterrestres. Em um novo estudo publicado no servidor de pré-prints arXiv, um grupo de cientistas sugere que, se uma civilização extraterrestre passasse por um rápido crescimento tecnológico, a autodestruição seria quase inevitável. Será que isso explica a ausência de evidências de vida alienígena?
Um pré-print é um artigo ainda não publicado em uma revista científica e, portanto, os dados apresentados ainda não foram revisados por pares. Ou seja, a hipótese científica ainda não foi completamente validada.
Os pesquisadores deste estudo observam um fenômeno similar na Terra, onde os seres humanos estão esgotando recursos limitados, como água, combustíveis fósseis e florestas, além de adotarem práticas que agravam a crise climática. Esse impacto é exacerbado pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, resultantes da queima de combustíveis fósseis para suprir a demanda energética global.
Embora ainda não tenhamos atingido um ponto crítico de autodestruição, a ciência indica que estamos caminhando nessa direção.
Extraterrestres e mudança climática
A nova pesquisa sugere que o crescimento tecnológico exponencial de uma civilização alienígena poderia levar ao seu colapso em apenas mil anos. A ideia surgiu quando os cientistas refletiram sobre os problemas enfrentados na Terra, especialmente o consumo de energia pela sociedade humana. Desde que o uso da energia elétrica se popularizou no século 19, a demanda energética cresceu consideravelmente e espera-se que continue aumentando.
O estudo teoriza que o mesmo poderia ocorrer com extraterrestres em um período de mil anos. Mesmo que a eletricidade venha de fontes renováveis, o consumo excessivo ainda levaria ao superaquecimento, tanto na Terra quanto em qualquer outro planeta terrestre semelhante.
Consumo excessivo de energia
Ao questionar se esse crescimento contínuo de demanda energética seria sustentável a longo prazo, a equipe concluiu que, sem controle ou fiscalização, o consumo se tornaria insustentável dentro desse limite de mil anos. Caso uma eventual civilização extraterrestre conseguisse regular o consumo de energia, os pesquisadores sugerem que ela poderia prosperar por mais de 1 bilhão de anos.
“Independentemente de essas fontes de energia serem de origem estelar ou planetária (por exemplo, nuclear, combustíveis fósseis), demonstramos que a perda de condições habitáveis em planetas terrestres pode ocorrer em uma escala de tempo de até mil anos, contados a partir do início da fase exponencial”, diz o texto do pré-print.
Por isso, os autores consideram mais difícil encontrar vida inteligente fora da Terra, já que mil anos representam um “piscar de olhos” na escala de tempo do universo. Afinal, a formação do nosso planeta aconteceu há aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Considerando que a fase exponencial de consumo energético da humanidade se intensificou há pouco mais de um século e que essa possibilidade fosse real, ainda temos mais de 800 anos para tentar evitar um destino catastrófico.
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CNN Brasil