
Em dezembro de 2017, surgiram dois vídeos que mostravam pilotos da Marinha dos Estados Unidos encontrando objetos esféricos misteriosos que pareciam, à primeira vista, se mover pelo ar de maneiras que confundiam os especialistas. Um terceiro, divulgado em março de 2018, retratou um encontro semelhante.
Todos que assistiram – incluindo os pilotos que os filmaram – tiveram a mesma pergunta: o que são exatamente essas coisas?
Na semana passada, um oficial da Marinha chamou publicamente esses objetos misteriosos “Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAP, na sigla em inglês)”, dando um novo nome aos pontinhos que se convencionou chamar de objetos voadores não identificados, os OVNI– um termo que a Marinha não deseja usar.
A Marinha designa os objetos contidos nesses vídeos como fenômenos aéreos não identificados”, disse Joseph Gradisher, porta-voz do vice-chefe de operações navais para guerra de informação, ao blog do Black Vault, um enorme repositório civil de documentos governamentais obtidos principalmente via solicitações ao Freedom of Information Act (a Lei de Acesso à informação dos EUA).
Gradisher explicou ainda que “a terminologia ‘Fenômenos aéreos não identificados’ é usada porque fornece o descritor básico para avistamentos/observações de aeronaves/objetos não autorizados/não identificados que foram observados entrando/operando no espaço aéreo de várias faixas de treinamento controladas por militares.
Marinha reconhece os vídeos pela primeira vez
fundador do Black Vault, John Greenewald Jr., disse ao Washington Post que acreditava que as observações eram significativas porque, pela primeira vez, a Marinha reconheceu a existência dos objetos registrados nos vídeos e admitiu que o departamento não pode identificá-los. Greenewald também informou que os vídeos não foram originalmente destinados a divulgação pública.
Por causa dessa revelação, os comentários de Gradisher ao Black Vault repercutiram na internet esta semana.
Os militares mais poderosos não sabem quais são esses objetos”, disse Greenewald. “Isso não significa que sejam alienígenas, ou que eles não têm uma explicação lógica plausível. Mas… admitindo que eles vêem coisas no céu e não conseguem identificá-las, isso para mim é a parte mais surpreendente disso.
Em uma entrevista subsequente ao The Washington Post, Gradisher subestimou o significado de UAP, dizendo que “fenômenos aéreos não identificados” não era um termo novo e que a Marinha o preferia em vez do popular OVNI, porque este último possui um estigma cultural que pode desencorajar os pilotos a relatar tais incidentes por medo de serem rotulados de malucos.
Este ano, a Marinha revisou suas diretrizes para incentivar os pilotos a sinalizar distúrbios, que ocorrem regularmente desde 2014. Gradisher disse que uma possível explicação poderia ser o surgimento de sistemas aéreos não tripulados (ou VANT), como quadricópteros, um tipo de drone facilmente acessível ao público.
“Essas incursões causam um risco à segurança de nossos aviadores e à segurança de nossos operadores, e é isso que a Marinha está investigando, essas incursões em escala”.
“Esses três vídeos que estão por aí… refletem três relatos de incursões em nossos intervalos de treinamento” que ocorreram em 2004 e 2015, disse ele.
Prova de que ETs existem?
Os três vídeos, intitulados “FLIR1”, “Gimbal” e “GoFast”, foram divulgados inicialmente pelo New York Times e por uma organização chamada To The Stars, que “se envolve com cidadãos ao redor do mundo para investigar as bordas externas de ciência e pensamento não convencional”.
Gazeta do Povo