Polícia

Nunca se discutiu tanto sobre ideologia política no Brasil como agora.

Está nas ruas, nos bate papos dos amigos, nas famílias e nas redes sociais também.

Nem sempre é apenas “discutir”. Muitas vezes, vira uma guerra.

E a partir deste recorte, convencionou-se dizer que o país está polarizado.

Como se isso fosse um problema.

Talvez seja um problema para quem tinha a hegemonia da narrativa.

Só haviam partidos de esquerda no país.

Sociais democratas “brigando” com a extrema esquerda.

Não havia polarização.

Não havia discussão.

Não havia contraponto.

Um momento muito confortável para os socialistas dominarem.

Se você declarasse ser de direita, era execrado em praça pública.

Mas o conservadorismo que habita nos corações e mentes da grande maioria da população brasileira resolveu sair pra fora. Decidiu que era hora de se declarar.

De buscar a liberdade.

E liberdade é tudo que a esquerda não gosta.

E assim nasce a polarização política brasileira.

São diferentes visões de mundo.

De um lado, quem acredita que é com um estado gigante, detentor de todo o poder, que se atingirá a sociedade perfeita.

Do outro lado, está quem acredita que cada indivíduo deve ter a liberdade de gerir a sua vida e de exercitar a sua ambição, criando um mundo melhor para si e para os que estão à sua volta.

A esquerda acredita que o ser humano pode ser totalmente controlado, e que pode matar, dentro de si, a ambição intrínseca que nasce com ele.

A direita prefere conservar as regras do jogo como o combinado. Seguindo as leis dos homens e de Deus. Porque cada um de nós, seres humanos, temos vida própria.

A esquerda busca concertar o mundo de forma poética e utópica, em uma mesa de bar, enquanto a direita busca alcançar a eficiência na labuta, na competição pela evolução.

Por Carton Cardoso