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Foto: SB Comunicações

A recém-nascida arremessada de um ônibus intermunicipal em Panambi está em estado grave após apresentar um edema cerebral, resultado da fratura em seu crânio. Ela permanece internada na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal do Hospital Vida & Saúde, de Santa Rosa.

A reportagem apurou que trata-se de um inchaço em uma região do cérebro decorrente do aumento de líquidos dentro do órgão, aumentando o volume e resultando em uma pressão intracraniana.

Este edema pode levar a tonturas, dormências, distúrbios na visão, na fala, vômito, perda de força muscular, entre outros. E, por se tratar de uma criança, por ter um crânio sem estrutura óssea completamente solidificada, a cabeça pode aumentar de tamanho.

Além disso, há potenciais complicações que podem ocorrer, desde sequelas permanentes a incapacitantes, desde atraso no desenvolvimento, dificuldade de aprendizagem, prejuízo cognitivo, perda de sensibilidade em certas partes do corpo, paralisia muscular, deficiências físicas, mudanças de personalidade e até coma.

Em nota, o Hospital Vida & Saúde reforçou que o estado de saúde da criança é grave:

O Hospital Vida & Saúde informa que a recém-nascida transferida de Panambi, continua em estado grave, porém estável, na UTI Neonatal da Instituição.

O bebê chegou ao HVS na quarta-feira (30), às 22h10. A transferência se deu em função do serviço de referência prestado na Instituição.

Desde o momento da internação, a recém-nascida está sendo monitorada por uma equipe multidisciplinar e por equipe médica.

O quadro inspira cuidados e qualquer alteração no estado de saúde será informado por nota.

Desde que a recém-nascida chegou à Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal da casa de saúde, a equipe médica realizou diversos exames e novas avaliações. Ela também passou por uma nova tomografia e mais alguns exames laboratoriais.

Ana Vitória foi transferida do Hospital de Panambi por volta das 20h40, após ficar mais de 12 horas internada na casa de saúde sob os cuidados da equipe médica e de enfermagem.

Conforme a doutora Madalena Rotta, a transferência foi necessária após uma tomografia revelar uma fratura no crânio da criança. Não foi diagnosticada nenhuma outra fratura, apenas lesões e hematomas no corpo.

“Devido a esta fratura, é mais seguro que ela tenha uma avaliação neurológica e a internação no hospital de Santa Rosa”, reforçou. “Foi feito Raio-X em todos os membros e não demonstrou nenhuma fratura nas outras incidências. E ela tem uma quantidade de secreção no crânio, por isso é melhor mantermos um cuidado maior.”

A baixa temperatura registrada durante a madrugada em que a criança foi abandonada, uma das mais frias desde o início da pandemia, também torna-se um agravo para o estado de saúde da criança.

“A hipotermia é sempre um risco. E o estado de saúde dela, por esse parto ter ocorrido de uma forma inadequada, sem pré-natal, estamos fazendo todas as profilaxias, prevenção de tétano e de doenças torchs [infecções intrauterinas] – sífilis, toxoplasmose, hepatite C, entre outras. Da nossa parte, fizemos tudo que era possível para diminuir os danos do parto e o desfecho horrível, que foi o arremesso do ônibus em uma velocidade provavelmente acima de 40 km/h que provocou o dano, a fratura no crânio”, afirmou.

SB Comunicações