A busca por Lázaro Barbosa de Souza, de 32 anos, entra no oitavo dia nesta quarta-feira (16). Ele é suspeito de matar quatro pessoas de uma mesma família em uma chácara em Ceilândia, no Distrito Federal, no dia 9 de junho. Desde então, policiais tentam localizá-lo no Entorno do DF, sem sucesso. Enquanto isso, ele vai deixando uma série de vítimas na região.
Ritual Macabro
Investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apuram as circunstâncias macabras que envolvem o assassinato de Cleonice Marques de Andrade, 43 anos. O psicopata Lázaro Barbosa de Sousa, 32, autor da chacina que também tirou a vida do marido e dos dois filhos da mulher, teria sacrificado a vítima em um ritual satânico.
Mechas de cabelo cortadas e uma orelha arrancada eram parte do ritual feito às margens do córrego em mata próxima ao Incra 9, Ceilândia, onde ocorreu o crime brutal.
No cerrado, as equipes de busca formadas pela coalização de forças de segurança encontraram, perto de um riacho, vários objetos que foram utilizados na cerimônia satanista. Lázaro distribuiu os mesmos apetrechos em dois acampamentos montados por ele já durante seus dias de fuga.
Nas buscas feitas no imóvel em que a mãe de Lázaro morava, em uma área rural da região conhecida como Girassol, os policiais se depararam com altares e tigelas de barro com dinheiro e cachaça. Também havia pentagramas desenhados no chão e uma cruz invertida, cenário reproduzido em dois dos seus esconderijos.
Segundo a Polícia Militar de Goiás (PMGO), Lázaro alega estar possuído por um espírito. Ele também teria dito que “vai levar o tanto de gente que puder”. De acordo com o tenente Gerson de Paula, o criminoso seria integrante de uma seita.
As informações teriam sido dadas pelo próprio Lázaro a vítimas de um assalto que ele realizou em Goiás, no mês passado, segundo o oficial. Na ocasião, levou armas e celulares. Há indícios de que o criminoso pratica os rituais desde a adolescência.
Ligação com desaparecimentos
Em função do perfil de Lázaro ter traços de psicopatia e por ele conhecer tão bem a mata, a PCDF anunciou que irá apurar a suposta ligação do criminoso com o desaparecimento de mulheres na região em que o suspeito cometeu a chacina e em cidades do Entorno.
Enquanto não é encontrado, Lázaro continua aterrorizando moradores da pequena Edilândia (GO). Na tarde dessa terça-feira (15/6), ele fez três pessoas da mesma família reféns em uma chácara.
Antes de confrontar os policiais, o criminoso escondeu a família com folhas de bananeira, que ele mesmo cortou, para que os reféns não fossem avistados pelo suporte aéreo das forças de segurança. Lázaro ainda conseguiu estocar comida com a invasão à chácara. “Antes de a polícia chegar, meu tio disse que ele pegou 1 kg de comida”, afirmou o sobrinho de uma das vítimas ao Metrópoles.
Índio
O criminoso foi criado no município baiano de Barra do Mendes. Acostumado a andar na mata sozinho desde criança, ganhou o apelido de índio. Segundo familiares contaram aos investigadores, ainda jovem ele chegava a passar várias horas embrenhado na floresta e só retornava para comer.
Durante todos esses dias de fuga, a coalizão percebeu que Lázaro tem habilidade para se camuflar no mato, mas é inapto para achar alimentos e sobreviver por muitos dias.
“Percebemos que ele não tem habilidades em sobrevivência e conhecimento para conseguir a própria comida. Ele se arrisca indo até as chácaras para roubar e furtar mantimentos. Mais do que isso, chegou a colocar as vítimas para cozinhar para ele”, disse uma fonte policial ouvida pelo Metrópoles.
Quem é o serial killer de Brasília?
Lázaro Barbosa de Souza tem 32 anos e nasceu em Barra do Mendes, na Bahia. Seus primeiros assassinatos ocorreram quando ele ainda tinha 19 anos de idade, segundo o jornal Correio. Sua ficha criminal inclui ainda estupro, roubo, latrocínio e porte ilegal de arma de fogo.
Em 2007, Lázaro matou dois homens que tentavam proteger uma garota que ele perseguia por estar supostamente “apaixonado” por ela. Após o crime, ele fugiu se escondendo pelas matas e grutas da região durante 15 dias. A caçada só chegou ao fim após o criminoso se entregar para a polícia.
Metropolés e G1