Um cerco formado por 80 policiais busca pelos quatro criminosos responsáveis pelo ataque a um banco em Amaral Ferrador, no sul do RS, na manhã desta quarta-feira (7). Após o assalto, o grupo fugiu de carro, mas abandonou o veículo e ingressou em uma área de mata em Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo. É neste ponto que a polícia tenta capturá-los.
Viaturas estão no entorno da mata e equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vão entrar na área, com apoio de um helicóptero do Batalhão de Aviação. Grupos do Choque da BM e do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil, também foram acionados e reforçam o trabalho.
— A situação que temos agora é de quatro homens armados, possivelmente, com duas armas longas e duas pistolas, que estão em fuga em área rural de Encruzilhada — explica o subcomandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Douglas Soares.
A agência do Banrisul localizada na Rua Praça Quatro de Maio, no centro da cidade, foi assaltada por volta das 10h30min. Os criminosos estavam em uma EcoSport branca, que seria roubada.
Na fuga, a quadrilha obrigou pelo menos 10 moradores da cidade a formarem um cordão humano, para que eles pudessem sair da agência e entrar no veículo. Eles ainda levaram como reféns o gerente e um caixa do banco. Por volta das 13h, os dois já haviam sido libertados, em pontos diferentes, sem ferimentos.
Troca de tiros
Durante a fuga, após o roubo, os criminosos deram de cara com uma barreira da polícia, já em Encruzilhada do Sul. Houve troca de tiros.
Segundo a BM, os assaltantes jogaram o carro em que estavam contra a viatura, que desviou. Como estavam em alta velocidade, os criminosos perderam o controle do veículo e logo depois o abandonaram, entrando na mata.
— É uma área bem afastada, que não tem sinal de telefonia. Inclusive teremos de montar uma rede de rádio para a operação — afirma o coronel Soares.
Novo cangaço
O roubo em Amaral Ferrador tem características do chamado novo cangaço. Nessas ações, quadrilhas atuam em cidades pequenas — onde a força policial é menor —, com agências bancárias como alvo. Em geral, são tomados reféns e cidadãos são obrigados a formar cordão humano.
— Outro ponto que distingue essa ação de outras é a tentativa de criar um clima de terror, porque o terror congela as pessoas. Mas nós iremos enfrentar isso de maneira dura — complementa o coronel Soares.
Amaral Ferrador, que tem cerca de 5,3 mil habitantes, já foi alvo de pelo menos oito ataques do tipo desde 2009. O mais recente havia sido em 13 de maio de 2022. O número de casos do tipo, que chegaram a ser 287 no Estado em 2015, tem caído.
Durante o roubo desta manhã, os criminosos também renderam funcionários da segurança privada do banco, e levaram armas e coletes.
Perícia
Além de equipes do Deic, também estão na região peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP). Eles trabalham na coleta de vestígios dos criminosos, tanto no carro abandonado por eles quanto na agência. Isso é feito como alternativa para identificar suspeitos por meio de digitais, caso o bando não seja capturado na mata.
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Gaúcha ZH