
O advogado criminalista Roberto Leite, que defende Tiago Ricardo Felber, homem que confessou ter matado o próprio filho em São Gabriel, denunciou que tem sofrido ataques e ameaças nas redes sociais. A manifestação foi enviada em vídeo à imprensa, em que ele também traz informações sobre a transferência do suspeito.
Na manifestação, o advogado afirmou que as discordâncias sobre a defesa fazem parte, mas lamentou o tratamento que tem recebido. “Tenho sofrido ataques nas redes sociais. Discordância da minha linha de defesa ou da defesa, faz parte, mas xingamentos e ameaças são crimes”, disse.
Leite também ressaltou que a Constituição Federal diz que toda pessoa terá o direito de um advogado “Eu só estou trabalhando nos direitos constitucionais e processuais do Tiago Felbert. Eu não entrei no mérito de pactuar com o que ele é acusado de fazer, ou não. Só tem uma linha de defesa, uma linha de trabalho e é isso que eu gostaria de esclarecer”, acrescentou.
O advogado informou, ainda, que seu cliente foi transferido de presídio por razões de segurança, sem revelar o novo local. Além disso, a defesa já peticionou o relaxamento da prisão do homem, sob alegação de que ele teria sido interrogado sem a presença de um advogado.
Felber, de 40 anos, teve a prisão preventiva decretada após jogar o próprio filho, de 5 anos, de uma ponte em São Gabriel, na Fronteira-Oeste. Segundo a investigação, ele cometeu o crime na última terça-feira (25) como uma espécie de vingança contra a ex-companheira, que havia terminado o relacionamento em novembro do ano passado.
A mãe do menino relatou à Polícia Civil que Felber era um homem “ciumento e possessivo”. Apesar disso, ela nunca registrou agressões contra si ou contra o filho. Antes do crime, ele circulou com a criança pela cidade de bicicleta, o que foi registrado por câmeras de segurança.
Após arremessar o filho de uma altura de cerca de 10 metros, Felber enviou mensagens para familiares. Em um dos áudios, disse à ex-mulher: “Fiz uma loucurinha agora. ‘Guenta’ o coração para o resto da vida”. Depois, almoçou normalmente e, cerca de uma hora depois, se apresentou à polícia.
O delegado Daniel Severo, responsável pelo caso, afirmou que Felber admitiu que inicialmente pretendia matar a ex-companheira, mas depois decidiu tirar a vida do filho. “Ele não é totalmente frio, mas é alguém determinado a se vingar. Ele expressou sentimento, mas arrependimento não. Disse que ela se arrependerá antes que ele”, declarou.
A defesa também alegou que Felber teria sido agredido por policiais, mas a versão foi rechaçada pelo delegado. “É uma coisa leviana. O interrogatório acontece dentro da Polícia Civil, sem presença de agentes penitenciários ou policiais militares. Não sei o que é mais absurdo nessa alegação”, afirmou Severo.
Novo áudio revela outro contato após o crime
Além da mensagem enviada à ex-mulher, Felber fez contato com um familiar logo após o crime. No áudio, ao qual o Correio do Povo teve acesso, ele revela o que fez. “Avisa ela (mãe da criança) que eu fiz uma bobagem. Matei o Théo agora, ao meio-dia, numa ponte. Ela não está me atendendo”, diz, com um tom de voz tranquilo.
A Polícia Civil segue investigando o caso e aguarda laudos periciais para esclarecer todos os detalhes do crime.
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Correio do Povo