Polícia
Local do crime ficou isolado para o trabalho do Instituto-Geral de Perícias. Foto: Leonardo Milanni Cassarotti / IGP

A morte a tiros do secretário municipal de Saúde de Bom Progresso, Jarbas David Heinle, de 44 anos, na noite do último sábado, ganhou repercussão na imprensa de todo o Estado. Abaixo, trecho da reportagem publicada pela Gaúcha ZH na segunda-feira, 12, sobre o caso:

Na noite de sábado (10), Jarbas e a esposa estiveram em um jantar na casa do secretário de Obras do município, Claudiomiro Correa Bones. O casal saiu do local por volta das 22h, em carros separados.

Jarbas chegou em casa um pouco antes da esposa. Quando desceu do veículo, foi atacado pelo homem na garagem, que estaria encapuzado. O agressor fez os disparos e fugiu logo depois.

A esposa do político chegou em casa na sequência, mas afirma não ter presenciado o momento do ataque. Ao parar o veículo, Aline relata que viu o marido caído e o agressor fugindo do local a pé:

— Eu cheguei e ouvi os disparos. Quando fui estacionar, vi o agressor. Ele passou na frente do meu carro, podia ter atirado em mim, eu estava na mira dele. Mas não fez isso, passou e fugiu. Quando entrei (na garagem), o meu marido já estava caído.

Ela diz que pediu socorro a um empregado do casal. Jarbas foi levado ao Hospital de Caridade de Três Passos, mas já estava sem sinais vitais.

De acordo com o delegado William Garcez, que responde temporariamente pela delegacia de Três Passos — responsável pela região —, o caso é investigado como homicídio, e a hipótese de latrocínio (roubo com morte) é descartada.

A polícia busca identificar quem é o autor dos disparos, que, em princípio, estaria sozinho no local. Para esclarecer a morte, as equipes realizam diligências e colhem depoimentos. Imagens de câmeras de segurança da casa de Jarbas já foram recolhidas e passam por perícia, segundo o delegado. As equipes buscam também outras imagens que ajudem na investigação:

— Neste momento, trabalhamos com a hipótese de homicídio. Como nada foi levado do local e pela forma como ocorreu, não há indícios de um crime patrimonial. Ainda não é possível adiantar qual a motivação para o caso porque ainda estamos reunindo elementos.

A família, no entanto, afirma que a morte tem motivação política, em razão da popularidade de Jarbas na cidade, afirma a esposa.

— Foi um ataque político. Jarbas se sentia ameaçado por opositores, me falou muitas vezes que algo assim poderia acontecer. Há anos ele dizia se sentir ameaçado. Tinha muita popularidade, a paixão da vida dele era a política, tinha planos de governança, de gestão, era o que buscava o tempo todo. Para nós, não há dúvidas. Pela minha experiência na área jurídica, aquela homem foi uma pessoa contratada para fazer isso, tanto que atirou em regiões vitais — afirma Aline, que é advogada.

A família afirma que aguarda a investigação da polícia, na esperança de que os envolvidos no caso sejam punidos.

— Aqui na cidade, meu tio tinha um nome muito forte. O ataque foi motivado por isso. A gente espera por justiça — diz a afilhada Pyetra.

O homicídio, que chocou a cidade de 1.800 habitantes, está sendo investigado pela Delegacia de Polícia Civil de Três Passos, que busca esclarecer a autoria e motivações do crime.

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