
A filha e o neto do casal desaparecido em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foram indiciados pela Polícia Civil, nesta sexta-feira (13), por duplo homicídio qualificado e dupla ocultação de cadáver. Rubem Heger, de 85 anos, e Marlene Heger, de 53 anos, não são vistos desde o final de fevereiro.
O advogado Rodrigo Schmit diz não ter conhecimento dos elementos que justificaram o indiciamento. Para o defensor, o laudo pericial que apontou para a presença de sangue do idoso no imóvel não comprova o crime. “Tudo o que nós temos até agora são dois pingos de sangue numa parede”, afirma.
O inquérito foi remetido ao Poder Judiciário para análise do Ministério Público. A qualificadora do crime é motivação torpe. Os investigados estão presos preventivamente desde 6 de maio.
Os corpos do casal ainda não foram localizados. Conforme o delegado Anderson Spier, está previsto para a próxima semana o início das buscas, com apoio do Corpo de Bombeiros.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/0/i/hKe6TdQ6yUwY2HsLB8RA/arq-casal-desaparecido-news-0605.mxf-frame-1218.png)
Foto: Reprodução
Entenda o caso
O pedido de prisão dos investigados foi remetido ao Judiciário após a perícia apontar que o sangue encontrado nas paredes da casa dos fundos onde o casal morava era de Rubem. A investigação acredita que o idoso e a esposa tenham sido mortos no local. Depois do crime, os corpos teriam sido levados embora de carro.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) afirma que, em março, peritos criminais realizaram a coleta de 23 vestígios nas duas casas e na área externa do terreno onde vivia o casal. O sangue encontrado pertence a Rubem, segundo o órgão.
O veículo da filha do casal também foi periciado, mas não foram encontrados vestígios de sangue humano, diz o IGP. Uma outra pesquisa, sobre restos de comida e uma seringa encontrada na casa, não encontrou substâncias tóxicas.
A defesa dos investigados afirma que o sangue encontrado pode ser de outra ocasião e que não foram localizadas manchas de sangue no veículo nem na casa da mulher, o que indicaria a não participação dela e do jovem no crime.
De acordo com a polícia, uma semana antes, o neto aplicou película nos vidros do automóvel. Foram encontrados vídeos de lugares ermos nos celulares dos dois suspeitos, o que indicaria a premeditação do crime.
A investigação ainda busca saber a atuação de cada um no crime. A motivação do seria vingança, uma vez que a filha já tinha relação conflituosa com os pais e, há alguns anos, teria simulado o próprio sequestro para tentar incriminar o então companheiro, segundo a polícia. Depois disso, o pai teria ficado contra ela.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/j/m/9Nhp0JQB2OIPoABWAjSg/whatsapp-image-2022-05-06-at-16.20.42.jpeg)
Foto: IGP/Divulgação
Relembre
O casal foi visto, pela última vez, em 27 de fevereiro de 2022. Câmeras de segurança de uma casa vizinha registraram as possíveis últimas movimentações na residência de Rubem e Marlene.
A filha, acompanhada do neto, chega ao local para almoçar com o pai e a madrasta. Quatro horas depois, a mulher coloca colchões nas portas da garagem e bloqueia a visão de quem passa pela rua. Logo depois, eles saem, fecham o portão e vão embora. Não é possível ver se o casal também estava no carro.
A filha disse à polícia que levou o casal para sua residência, em Canoas, onde o pai e madrasta teriam permanecido por alguns dias. Após supostamente ir a uma unidade de saúde para uma consulta, a mulher voltou para casa e não encontrou mais Rubem e Marlene.
Um outro neto de Rubem havia estranhado o sumiço, pois o avô tinha enfisema pulmonar e fazia uso diário de medicamentos, além de precisar de oxigênio eventualmente.
Receba as notícias do Três Passos News no seu celular:
https://chat.whatsapp.com/HZcQ9vXiMIN1GC4kHcXcvC
G1 RS