Foto: Divulgação
A Polícia Civil indiciou por estupro de vulnerável o vereador de Viamão suspeito de abusar de uma estagiária de 22 anos em dezembro de 2022. Afastado do cargo, Fabrício Ollermann (MDB) teria levado a jovem, que estava inconsciente após ingerir bebida alcoólica, a um motel da cidade. Em áudios em aplicativo de mensagens, o político comentou o caso: “o que acontece em Vegas, fica em Vegas”. O inquérito foi concluído e remetido à Justiça na sexta-feira (10).
O advogado do vereador, Paulo Burmycz Ferreira, afirma que não teve acesso ao inquérito e que, no momento, não gostaria de se manifestar. A reportagem entrou em contato direto com o vereador, mas ele não respondeu até o momento.
Segundo a delegada Marina Dillenburg, o investigado se negou a fornecer seu material genético e seu celular para a investigação. O vereador também não compareceu à delegacia quando foi chamado para prestar depoimento.
“Além de não fornecer o material genético, ele não disponibilizou o aparelho de telefone celular, que ele mesmo tinha colocado à disposição, e não compareceu ao interrogatório. Eu indiciei pelo contexto, obviamente, e principalmente pela palavra da vítima”, diz a delegada.
No início de janeiro, quando a polícia solicitou o material genético do vereador, o advogado de Ollermann disse que recomendou ao seu cliente a não realizar o exame, justificando que a Polícia Civil não estaria atendendo a pedidos de diligências da defesa.
A defesa da estagiária também não se posicionou sobre o indiciamento até a atualização mais recente desta reportagem. Quando o caso começou a ser investigado, os advogados da jovem disseram que “a vítima estava em situação de total vulnerabilidade e no exercício de sua profissão, já que era estagiária de seu agressor e o acompanhava em evento”.
Agora, o caso será analisado pelo Ministério Público que decide se denuncia o vereador pelo crime, se arquiva o processo ou se pede mais detalhes da investigação à polícia.
A Câmara de Viamão instaurou uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) e uma comissão processante para apurar o caso. Diante disso, o vereador foi afastado de suas funções. Ollermann chegou a recorrer à Justiça para retornar ao cargo, mas teve o pedido negado.
O presidente da Câmara, vereador André Gutierres (PP), afirma que Fabrício Ollermann segue afastado. O plenário aguarda a conclusão dos relatórios de ambas as comissões e, após a manifestação de defesa do parlamentar, irá votar eventual punição.
“Na primeira semana de março, nós teremos um desfecho das duas comissões e teremos o relatório pronto pra discutir em plenário”, responde.
Relembre o caso
O caso investigado pela polícia teria ocorrido no início de dezembro de 2022. A vítima de estupro seria uma estagiária do gabinete do vereador, uma jovem de 22 anos. Em áudios obtidos ao longo da investigação, Ollermann fala a outras pessoas sobre o que teria acontecido. Um vídeo ainda mostra o vereador entrando de carro com ela em um motel.
À polícia, a jovem disse que, durante visita em horário de trabalho a uma propriedade rural no bairro Itapuã, teria ingerido bebida alcoólica acompanhada do político. Ela teria ficado inconsciente, sendo levada a um motel pelo vereador, conforme a polícia.
Nos áudios colhidos pela polícia, o vereador confirma que esteve com a estagiária, mas conta a um interlocutor que ela teria bebido com ele, passado mal e depois ele a teria levado a um local para tomar banho.
“Tudo tranquilo, [nome da estagiária] entregue. O que acontece em Vegas, fica em Vegas. O que acontece em Itapuã, fica em Itapuã”, afirma em um dos áudios.
A Polícia Civil confirma que os áudios são verdadeiros. “A gente recebeu de algumas testemunhas áudios e prints de conversas em que ele fala que o que aconteceu ali fica por isso”, apontou a delegada Marina Dillenburg, na época.
O vereador se apresentou voluntariamente à polícia no início das investigações. Segundo a delegada Marina Dillenburg, o político confirmou ter levado a jovem ao motel, mas negou ter feito algo de cunho sexual com ela.
De acordo com a delegada Marina Dillenburg, a jovem procurou a polícia no dia 6 de dezembro. Ela conta que acompanhou o vereador em uma visita a uma propriedade rural no bairro Itapuã, onde teria bebido um licor produzido no local durante uma confraternização. Depois disso, a jovem não lembra mais o que aconteceu. “Tomou dois copinhos apenas, experimentou a bebida e não lembrou mais nada”, fala a delegada.
No dia seguinte, a estagiária comentou o episódio com uma colega de trabalho. Foi a colega que comentou que a jovem foi levada pelo vereador a um motel.
“Ela lembra de uns flashes em que ele estava nu e ela estava nua no motel”, afirmoi a delegada.
Em dezembro de 2022, Fabrício Ollermann (MDB) negou o crime. “Eu fico preocupado. Eu nego todos os fatos. O que eu quero é esclarecimento, que ambas as partes se entendam, que não é verdade o que está acontecendo”, afirmou.
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