Polícia
Foto: Arquivo PRF Divulgação

Na tarde desta sexta-feira (13), um médico de 48 anos, foi preso em São Luiz Gonzaga, após tentar fugir da Polícia Civil, que o procurava para executar um mandado de prisão decorrente de sentença condenatória pelo Tribunal do Júri de Capinzal/SC, por ter matado um paciente de 70 anos de idade no ano de 2011.

Depois de ser condenado em Santa Catarina, o médico teria voltado a residir em São Luiz Gonzaga, onde estava trabalhando na rede de saúde local. Ao saber da existência do mandado, determinando a sua prisão, o médico acabou escondendo-se em uma residência na zona urbana.

De posse do mandado de prisão, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) passou a realizar buscas pelo foragido. Ciente dessas buscas, o condenado, contando com a ajuda de familiares, tentou fugir pela BR-285, sendo preso quando já estava próximo de Passo Fundo. A sua abordagem e captura se deu pela Draco e pela Polícia Rodoviária Federal.

A CONDENAÇÃO

No julgamento do médico, os jurados reconheceram que ele teria assumido o risco de matar o paciente, que tinha problemas pulmonares, ao sedá-lo com o medicamento “diazepam”, que exige cuidados extremos quando aplicado em idosos ou naquelas pessoas que sofrem de insuficiência respiratória, pois, nesses casos, pode causar apneia e parada cardíaca.

Ainda a respeito do julgamento feito na época, a acusação afirmou que “O réu apresentou atitudes totalmente inadequadas para o exercício da medicina, tendo demonstrado completo desprezo pela vida humana. O paciente chegou lúcido ao hospital, apresentando um quadro clinicamente favorável, mas o médico conduziu o caso de forma a assumir o risco de provocar sua morte”, disse a Promotora do caso.

O CASO

O fato aconteceu no dia 7 de janeiro de 2011 em Capinzal. No processo, constou que, naquele dia, o idoso sofreu uma queda doméstica e foi levado até o Hospital Nossa Senhora das Dores, em Capinzal, onde foi submetido a exame de raio-X, sendo medicado e permanecido em observação. Naquele mesmo dia, o médico teria assumido o plantão do hospital e resolveu submeter o idoso a uma pequena cirurgia no pé. Segundo a acusação, o médico determinou o uso de “Diazepam” para a sedação, sem realizar qualquer exame físico prévio e detalhado, tampouco sem exigir exames laboratoriais, funcionais, por imagem ou documentos de outros atendimentos que poderiam fornecer informações técnicas a respeito de doenças preexistentes.

Momentos depois, o médico foi avisado pela equipe de enfermagem que os batimentos cardíacos estavam caindo e ordenou, de forma indevida, que uma nova dose de Diazepam fosse aplicada. A situação piorou e o médico não teria tratado adequadamente as complicações que se sucederam, abrindo mão de procedimentos preconizados para a recuperação do paciente, afastando-se diversas vezes da sala de atendimento e deixando a equipe sem orientações.

DESCONTROLADO E OMISSO

Consta ainda que o médico passou a xingar os funcionários do hospital e a chutar os móveis dentro da sala, tudo sendo captado pelas câmeras de segurança, que flagraram o réu de braços cruzados, tomando energético, enquanto a equipe de enfermagem tentava reanimar o paciente.

Por fim, conforme relatado no processo, o médico parou de prestar socorro e abandonou a sala de atendimento, deixando as enfermeiras sozinhas.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) acabou sendo acionado, mas já muito tarde, pois o paciente sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu no local. Na época dos fatos, o réu foi julgado pelo Conselho Regional de Medicina e afastado por 30 dias.

A CONDENAÇÃO

Inicialmente, o médico foi julgado e condenado a 12 anos e 6 meses de reclusão (pena reduzida, posteriormente, para 7 anos e 4 meses), sendo que, na sentença, afirmou-se que “a indiferença com o resultado morte, que caracteriza o homicídio praticado por dolo eventual, está estampada na conduta do réu, que é médico e praticou o crime no exercício da profissão, mesmo ciente do especial dever de zelo com a vida humana, emanada do juramento no qual se comprometeu a guardar o máximo respeito pela vida humana”.

Após ser capturado, nesta sexta, o médico foi conduzido ao sistema carcerário, ficando à disposição da Justiça de Santa Catarina.

O médico não teve o nome informado, mas suas inicias são A. L. C. R.

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