O médico obstetra responsável pelo parto da paciente que morreu cerca de dois meses após realizar uma cesariana no Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Uma ultrassonografia realizada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Novo Hamburgo, nove dias antes da morte, apontou que havia gaze dentro do corpo da mulher. (Relembre abaixo)
O caso é de agosto deste ano. O inquérito policial chegou ao Ministério Público no final da quarta-feira (1º).
O Hospital São Francisco de Assis afirmou ao g1 que o obstetra não atua mais na instituição. O médico não teve o nome divulgado.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) informou que o médico “está com registro regular junto à autarquia, podendo exercer atividade médica sem impedimentos”. O Cremers acrescentou que “não recebeu denúncia formal, mas diante das informações divulgadas pela imprensa, vai instaurar sindicância para investigar os fatos”.
Caso o MP concorde com a conclusão da investigação policial, poderá oferecer denúncia à Justiça, que decide se o médico vira réu ou não no processo.
O caso
Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos, realizou uma cesariana no Hospital São Francisco de Assis. De acordo com o marido dela, algum tempo após receber alta hospitalar a mulher começou a se queixar de dores na região abdominal.
Diante da recorrência das reclamações, eles buscaram atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Novo Hamburgo. Exames de imagem realizados em 14 de agosto apontaram que havia um corpo estranho, medindo 87 mm, dentro do corpo de Mariane.
Por orientação da UPA que realizou a ultrassonografia, a mulher retornou ao Hospital São Francisco de Assis, onde foi feito o parto. No local, ela passou por duas cirurgias. Nove dias depois, ela morreu.
O Hospital São Francisco de Assis nega que tenha havido erro médico. A instituição afirma que o falecimento se deu por “complicação pós-cirúrgica descrita na literatura e não previsível” e que “todas as medidas adotadas foram corretas”.
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G1 RS