Polícia
Foto: Divulgação/Polícia Civil de Taquara

O menino, de apenas sete anos, que sofreu violências brutais como agressões, estupro e vivia em cárcere privado, em Taquara, passou a necessitar do uso de uma bolsa de colostomia devido à gravidade das lesões internas causadas pelos instrumentos utilizados pelo padrasto. A informação foi divulgada nesta terça-feira (12) pelo delegado Valeriano Garcia Neto, titular da Delegacia de Polícia de Taquara.

Além da criança, sua mãe, de 29 anos, também vivia em cárcere privado sendo violentada e espancada, durante cerca de um ano, pelo agressor que foi identificado pela polícia como Denerson Antônio Tome Lourenço, de 42 anos.

“Ontem [segunda-feira], soubemos que o menino de 7 anos, que era espancado pelo padrasto e mantido em cárcere privado, está com bolsa de colostomia, devido à gravidade das lesões no ânus e reto. Esta situação acontece por conta das sessões de tortura a que ele era submetido pelo padrasto”, explica Valeriano.

O delegado Valeriano, que está à frente das investigações, informou que as buscas ao acusado pelos crimes seguem ocorrendo e serão ainda mais intensificadas. “Precisamos da colaboração da população de toda a região para encontrar esse indivíduo. Todos os agentes da Delegacia de Taquara estão atentos para realizar a captura do acusado destes crimes tão chocantes”, destaca.

A Polícia Civil taquarense pede a ajuda da comunidade para encontrar o criminoso. Informações sobre o possível paradeiro de Denerson podem ser encaminhadas pelo Whatsapp de denúncias anônimas, através do número: (51) 98443-3481. O delegado Valeriano garante o total sigilo das informações.

RELEMBRE O CASO

No Agosto Lilás, mês de conscientização no combate à violência contra a mulher, a Delegacia de Polícia (DP) de Taquara recebeu a ocorrência de uma moradora do Município que chocou até mesmo o delegado Valeriano Garcia Neto, titular da DP taquarense. Após o relato da vítima, que enfrentou meses de tortura brutal, cárcere privado e estupro de vulnerável, a Polícia Civil está à procura do agressor, identificado como Denerson Antônio Tome Lourenço, que segue foragido.

Conforme boletim de ocorrência registrado em uma cidade vizinha, na tarde de segunda-feira (28), uma mulher, de 29 anos, moradora de Taquara, relata que conheceu um homem, de 42 anos, através de uma rede social, e tiveram um relacionamento de aproximadamente um ano.

Logo que foram morar juntos, seu companheiro, que inicialmente aparentava ser educado e tratava bem o seu filho, de sete anos, começou a ter comportamento agressivo, por motivos banais, tanto com a mulher como também com o menino.

A vítima, que era proibida de sair de casa ou de receber visitas, até mesmo de familiares, faz ainda um relato das situações de tortura brutal que viveu por meses, com uso de fios elétricos, bastão com parafuso na ponta, cabo de vassoura, entre outros materiais, além das vezes em que foi obrigada a manter relações sexuais com o homem e do estupro do seu filho.

Conforme o delegado Valeriano Garcia Neto, os detalhes da agressão vivida pela mulher e pelo menino são tão chocantes até mesmo pra ele, que tem mais de 10 anos de experiência na Polícia Civil.

“O depoimento da vítima tem relato histórico de estupros brutais, com instrumentos na mulher e também na criança, espancamentos violentos, sessões de tortura com choques elétricos e a vítima com o corpo molhado, humilhações e espancamentos inimagináveis. Com 13 anos de polícia, eu nunca vi algo com tamanha brutalidade”, conta o titular da Delegacia de Polícia de Taquara. A mulher chegou a relatar que, uma vez, teve o seu dente arrancado com um alicate pelo agressor.

No domingo , dia 27 de agosto, após nova série de espancamento e relação sexual forçada, a mulher aproveitou que seu companheiro estava dormindo e conseguiu pegar seus documentos e do filho, além de uma quantia em dinheiro que o homem escondia em casa.

E na segunda-feira (28), dizendo que precisava ir à escola do menino, a vítima conseguiu pegar um transporte por aplicativo, foi até uma cidade vizinha, onde procurou a Brigada Militar (BM), que a encaminhou à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento local.

Assim que foi informada sobre a ocorrência, a Polícia Civil de Taquara foi até o endereço do acusado, encontrando no local diversos materiais e instrumentos utilizados para torturas, como fios para choque elétrico e cabos de vassoura, mas o homem já havia deixado a residência.

Após encaminhamento médico, e as devidas medidas protetivas de urgência, a mulher e o menino foram encaminhados para um local seguro, buscando preservar a saúde física e mental das vítimas.

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Rádio Taquara