Deise Moura dos Anjos, 42 anos, nega ter envenenado o bolo que levou três pessoas à morte em Torres. A informação foi confirmada nesta terça-feira por Cassyus Pontes, advogado de defesa. O comunicado ocorre um dia após a audiência de custódia que definiu a permanência dela por 30 dias no sistema prisional.
Cassyus Pontes destaca o que considera ser pontos sem nexo na apuração policial. Conforme a investigação, o veneno estava na farinha do bolo, apreendida na casa de Zeli Teresinha Silva dos Anjos, 61 anos, sogra de Deise. O advogado explica que, mesmo após a apreensão, não surgiram elementos que liguem o produto com a suspeita.
“Os apontamentos são todos muito preliminares. Faltam perguntas a serem respondidas. Por exemplo, qual o nexo causal do veneno com a Deise? Não há explicação de como a farinha foi parar na casa de Zeli, nem onde ou como foi adquirida. Esses são questionamentos mínimos para indicar a autoria dos fatos. Contudo, ao invés disso, tudo o que temos são os relatos de alguns familiares e uma suposta extração de dados de um celular”, avaliou o jurista.
Pontes também diz que não teve acesso ao inquérito completo, adicionando que Deise assumiu uma postura colaborativa desde o início da investigação. Ela teria, inclusive, mencionado as divergências que tinha com a sogra em um depoimento antes de ser presa. A PC considera que uma briga entre as duas, há 20 anos, teria motivado o crime.
“Deise nunca escondeu que teve desentendimentos com a sogra. Ela já havia mencionado o fato para a Polícia Civil, em depoimento. Encarei com surpresa o pedido de prisão temporária”, disse Cassyus Pontes.
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Correio do Povo