Polícia
Foto: Gazeta Hoje / Divulgação

Na manhã deste sábado (21), Angélica Dias Moraes, 30 anos, entrou correndo em um minimercado em São Pedro do Sul, município de 15 mil habitantes na Região Central, onde vivia. Gritava por socorro, enquanto tentava se esconder de um homem, que lhe perseguia. A mulher foi alcançada pelo agressor e tombou morta a golpes de faca, dentro do estabelecimento. O caso é investigado pela Polícia Civil como feminicídio.

O crime aconteceu no início da manhã, no bairro Maturino de Oliveiro Bello. Angélica ingressou correndo no comércio, e teria gritado por socorro. No entanto, foi alcançada pelo homem que estava armado com uma faca.

— A vítima tentou escapar, mas foi atingida por diversos golpes de faca — detalha o delegado regional da Polícia Civil, Sandro Meinerz.

O suspeito do assassinato é Gilson Bianchin Venturine, 37 anos. Logo após esfaquear a vítima, o autor deixou o local e ingressou num veículo que estava estacionado nas proximidades. Ele escapou neste mesmo carro. A Brigada Militar passou a fazer buscas ao suspeito de ser o autor do crime, mas até a tarde deste sábado ele não havia sido localizado.

Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ir até o local, mas a mulher já estava morta. A Polícia Civil apura as circunstâncias em que se deram o crime. O caso é investigado como um feminicídio, que é o assassinato de mulher em contexto de gênero.

Arma apreendida dias antes

Na noite do último domingo (15), outro episódio envolvendo o casal havia sido registrado. Segundo a Brigada Militar, os policiais foram chamados por moradores que informavam que um casal estava brigando na Rua Ministro Xavier da Rocha, nas proximidades de onde aconteceu o crime neste sábado.

Ao chegar ao local, a BM apreendeu um revólver de calibre 32 com Venturine. A mulher teria relatado aos policiais, no entanto, que eles só tinham se desentendido, e não chegou a ser registrada ocorrência de violência doméstica. Os dois foram levados até a Delegacia de Polícia, onde foi realizado registro pela apreensão da arma. O homem já tinha antecedentes por envolvimento com violência doméstica.

Prevenção ao feminicídio

  • Se estiver sofrendo violência psicológica, moral ou mesmo física, busque ajuda imediatamente. Não espere a violência evoluir. Converse com familiares, procure unidades de saúde, centros de referência da mulher ou a polícia. É possível acessar a Delegacia Online da Mulher
  • Caso saiba que  alguma mulher está sofrendo violência doméstica, avise a polícia. No caso da lesão corporal, independe da vontade da vítima registrar contra o agressor, dado a gravidade desse tipo de crime
  • Se estiver em risco, procure um local seguro. Em Porto Alegre, por exemplo, há três casas aptas a receberem mulheres vítimas de violência doméstica
  • Siga todas as orientações repassadas pela polícia ou pelo órgão onde buscar ajuda (Ministério Público, Defensoria Pública, Judiciário)
  • No caso da lesão corporal, o exame pericial para comprovar as agressões é essencial para dar seguimento ao processo criminal contra o agressor. Procure realizar o procedimento o mais rápido possível
  • Caso passe por atendimento em alguma unidade de saúde, é possível solicitar um atestado médico que descreva as lesões provocadas
  • Reúna todas as provas que tiver contra o agressor, como prints de conversas no telefone. No caso das mensagens, é importante que apareça a data do recebimento
  • Se tiver medida protetiva, mantenha consigo os contatos principais para pedir ajuda. A Brigada Militar mantém em pelo menos 114 municípios unidades da Patrulha Maria da Penha que fiscalizam o cumprimento da medida
  • Se tiver medida protetiva e o agressor descumprir, comunique a polícia. É possível acionar a Brigada Militar, pelo 190,  ou mesmo registrar o descumprimento por meio da Delegacia Online. Descumprimento de medida pode levar o agressor à prisão

Fonte: Polícia Civil e Poder Judiciário do RS

Onde pedir ajuda

Brigada Militar

  • Telefone – 190
  • Horário – 24 horas
  • Serviço – atende emergências envolvendo violência doméstica em todos os municípios. Para as vítimas que já possuem medida protetiva, há a Patrulha Maria da Penha da BM, que fiscaliza o cumprimento. Patrulheiros fazem visitas periódicas à mulher e mantêm contato por telefone

Polícia Civil

  • Endereço – Delegacia da Mulher de Porto Alegre (Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia), bairro Azenha. As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há 23 DPs especializadas no Estado
  • Telefone – (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências)
  • Horário – 24 horas
  • Serviço – registra ocorrências envolvendo violência contra mulheres, investiga os casos, pode solicitar a prisão do agressor, solicita medida protetiva para a vítima e encaminha para a rede de atendimento (abrigamentos, centros de referência, perícias, Defensoria Pública, entre outros serviços)

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