Confira 11 dúvidas que persistem sobre o caso do menino Rafael Mateus Winques, de 11 anos, encontrado morto na última segunda-feira, 25, em Planalto:
O que motivou o crime?
Isto ainda é uma incógnita para a investigação. Se houve dolo (intenção de matar), a polícia ainda tenta descobrir o que motivou o assassinato. A mãe alega que não matou o menino intencionalmente, que só queria que ele dormisse e, por isso, ministrou dois comprimidos de Diazepam. O histórico da família não indica negligência ou maus tratos. Rafael costumava sempre ser visto pela cidade na companhia da mãe.
Rafael realmente foi dopado?
A causa da morte indicada pela perícia foi estrangulamento, mas ainda não ficou pronto o laudo da necropsia e da análise toxicológica da amostra de sangue coletada no cadáver. A polícia não descarta, no entanto, que o menino tenha sido dopado e depois estrangulado. Isso justificaria, segundo a investigação, o menino não ter reagido à asfixia e o fato do irmão de 17 anos afirmar não ter ouvido nada.
Há outros envolvidos?
A mãe afirma que fez tudo sozinha. A polícia ainda está averiguando isso. Durante o desaparecimento, sete pessoas foram investigadas. Entre elas, familiares e pessoas próximas da criança, que poderiam inclusive ter auxiliado na fuga do menino de casa — quando essa possibilidade ainda era apurada. Agora que o caso é tratado como homicídio, duas pessoas, além da mãe, ainda seguem sendo investigadas. A polícia, no entanto, diz que até o momento não tem elementos que indiquem de forma concreta que outras pessoas participaram.
A mãe poderia carregar o corpo sozinha?
A casa onde o menino foi encontrado fica próxima da residência da família. A distância é de cerca de cinco metros. Os policiais acreditam que ela poderia fazer este trajeto sozinha. Alexandra afirma que amarrou o corpo para poder puxá-lo até a garagem. Mas isso deverá ser verificado durante a reconstituição.
Se a morte foi acidental, por que não chamou socorro?
A defesa de Alexandra alega que, ao perceber que o filho estava morto, a mulher se desesperou e decidiu esconder o corpo para que não fosse acusada do crime. A polícia averigua ainda como ela podia ter certeza que o menino estava morto e não apenas adormecido.
Por que havia sinais de estrangulamento?
A perícia constatou que o menino foi morto por asfixia, provocada por estrangulamento. A mãe diz que não estrangulou a criança. A defesa alega que o estrangulamento pode ter acontecido no momento de transportar o corpo.
Há quanto tempo Rafael estava morto?
A mãe alega que a morte aconteceu na madrugada do dia 15 de maio, 10 dias antes do encontro do cadáver. Contudo, o corpo estava conservado e não havia cheiro — o que impediu que o local fosse descoberto antes. O laudo da necropsia deve indicar o tempo aproximado da morte. Mas preliminarmente a polícia consultou os peritos no local e eles informaram que a preservação do corpo poderia se justificar pela temperatura baixa dos últimos dias e pelo fato de que estava dentro de uma caixa de papelão.
Por que não foi localizado antes?
O cadáver de Rafael foi encontrado enrolado em um lençol, dentro da caixa de papelão, na garagem da casa vizinha. Estava coberto por sacolas e havia um tapume branco que encobria a visibilidade de quem passava na rua. Os moradores da casa estavam em viagem há algumas semanas.
Por que havia cartuchos de arma de fogo no local onde foi achado o corpo?
Na garagem da casa onde estava o corpo de Rafael, havia estojos de espingarda, que ainda podem ser vistos no local. Segundo a Polícia Civil, não há relação com a morte do menino e nem com outro crime, por isso, não foram recolhidos. Eles eram usados pela moradora para enrolar linhas de costura.
Por que a prisão da mãe é temporária?
Segundo a polícia, a prisão foi pedida de forma temporária — de 30 dias — para que a atuação da mulher no homicídio seja apurada. Mas, dependendo do que for verificado, poderá ser solicitada a prisão preventiva, que, neste caso, não tem prazo determinado.
O crime foi premeditado?
É uma dúvida para a qual a polícia ainda não tem resposta, mas é uma das possibilidades investigadas.
GZH