Na tarde desta sexta-feira, 5, a Delegacia de Capturas do DEIC, coordenada pelo Delegado Gabriel Casanova, prendeu Rudinei Telles da Silva, com 46 anos de idade, um dos principais foragidos do Rio Grande do Sul, suspeito de participar de um duplo homicídio na cidade de Jaboticaba, interior do estado, em maio de 2021.
A prisão ocorreu em conjunto com a Polícia Nacional do Paraguai e da Polícia Civil do Paraná na cidade de Santa Rita, interior do país vizinho.
Rudinei é suspeito de participação no homicídio consumado que resultou na morte de José Antonio Rocha Monteiro e do Policial Civil Fabiano Ribeiro de Menezes.
De acordo com a investigação, Rudinei, em comunhão de esforços com o já condenado Marcos Moraes Antunes, se dirigiu a um bar na cidade de Jaboticaba com o objetivo de matar José Antônio. No local, Marcos efetuou disparos contra José Antônio, que veio a óbito. O Policial Civil Fabiano, que estava no local em período de descanso, tentou prender o autor dos disparos, o qual, auxiliado por Rudinei, conseguiu efetuar disparos contra o policial. O Policial Fabiano reagiu e feriu Marcos. No entanto, também foi ferido e, socorrido, veio a óbito no hospital. Marcos foi preso em flagrante e condenado a 47 anos de prisão. E Rudinei fugiu do estado com o objetivo de ficar impune.
Desde então, a polícia civil não mediu esforços em localizar Rudinei. Foram realizadas diversas diligências com o objetivo de capturar o foragido.
A Delegacia de Capturas do DEIC e a 14 Delegacia Regional de Palmeira da Missões, coordenada pela Delegada Aline Palma, realizaram diversas diligências e trocaram informações de forma constante, as quais indicavam que Rudinei estaria se escondendo no Paraguai.
De posse dessas informações na terça-feira, 2, uma equipe da DECAP se deslocou para o Paraguai, em Ciudad del Este e, com o auxílio da Polícia Civil do Paraná, realizou contato com a Polícia Nacional do Paraguai. Houve troca de informações e se deu início às diligências no país vizinho.
Apurou-se que Rudinei havia conseguido emitir um documento de identidade no Paraguai com dados falsos do Brasil. Rudinei utilizou o nome de Gustavo Henrique Grubba Macedo para emitir o documento Paraguaio e se passava por essa pessoa para não levantar suspeita.
Ainda, apurou-se que Rudinei possivelmente estaria residindo na cidade de Santa Rita, distante cerca de 70km de Ciudad del Este.
Na quinta-feira, 4, os policias civis do Rio Grande do Sul, da Polícia Civil do Paraná e da Polícia Nacional do Paraguai diligenciaram até a cidade de Santa Rita para confirmar as informações. Foram realizadas campanas e entrevistas.
Na cidade foi possível confirmar que Rudinei estava levando uma vida tranquila na região e utilizava o nome falso de Gustavo. No entanto, era conhecido pelo apelido de Boca, mesmo apelido utilizado na região das Missões, no Rio Grande do Sul.
O foragido frequentava festas, trabalhava em uma fazenda cuidando de gado e de plantações, serviços que já desempenhava no Brasil antes de fugir.
Também apurou-se que Rudinei frequentava rodeios e exposições do agronegócio.
Nessa primeira diligência, apesar de identificar a possível residência do foragido, a equipe não logrou êxito em localizá-lo.
A equipe verificou também que, a partir deste sábado, 6, haveria uma grande exposição de agronegócio na região. A Expo Santa Rita, considerada principal feira do agropecuária do interior do Paraguai.
Considerando que Rudinei costumava frequentar esse tipo de evento, a equipe continuou as diligências em Santa Rita nos dias seguintes.
Até que na sexta-feira, 5 quando a Expo Santa Rita ainda estava em preparativos, Rudinei foi localizado no interior da feira, acompanhado do seu chefe.
Rudinei foi identificado pelos policiais civis do Rio Grande do Sul e foi capturado no interior da feira, não conseguindo fugir ou oferecer resistência.
No momento da prisão, Rudinei portava os documentos falsos em nome de Gustavo Grubba.
Posteriormente Rudinei foi conduzido até Ciudad del Este para iniciar os procedimentos de expulsão.
Assim que forem concluídos os trâmites legais, Rudinei será entregue à polícia do Brasil e ficará à disposição da justiça para ser processado e julgado após dois anos foragido.
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