Polícia
Foto: Kathlyn Moreira / Agencia RBS

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou a prisão preventiva do sócio do empresário mineiro encontrado morto no Litoral Norte. Diego Gabriel da Silva estava preso temporariamente desde o dia 4 de junho. Samuel Eberth Melo foi morto com cerca de nove tiros pelas costas, segundo perícia do IGP. O corpo estava em um barranco próximo a um riacho em uma área rural de Santo Antônio da Patrulha. Samuel havia sido visto pela última vez com vida no dia 2 de junho, mesmo dia que a polícia acredita que o empresário tenha sido morto.

Além da prisão preventiva do sócio, a polícia prendeu um comparsa. O nome não foi divulgado. Os suspeitos possuem menos de 30 anos, um deles não é natural de Santo Antônio, mas mora na cidade.

O diretor do Departamento Estadual de Homicídios, delegado Mario Souza disse que os familiares estavam com uma mistura de tristeza e ao mesmo tempo de alívio por encontrar o corpo.

— O caso era uma agulha no palheiro. Tínhamos um eixo de Novo Hamburgo até o noroeste do Estado. Esse era o campo de busca. Pelas modernas técnicas de investigação conseguimos delimitar a área para Santo Antônio da Patrulha — destacou.

A investigação

Conforme Mario Souza, o serviço de inteligência recebeu uma denúncia anônima de que o corpo estaria em uma casa abandonada em Santo Antônio da Patrulha. Segundo o delegado, foram checadas todas as casas abandonadas da cidade com a ajuda de um cão farejador, que sinalizou algo. Junto ao local foram encontrados uns óculos. Um policial identificou como sendo de Samuel pois lembrou que a vítima, em uma foto nas redes sociais, usava os mesmos óculos. Foram três dias de buscas no local onde o corpo foi encontrado.

— Achamos os óculos da vítima e, assim, foi possível delimitar a área onde encontramos corpo — disse o delegado.

A investigação confirmou que o sócio havia comprado lona e duas pás, materiais, segundo a polícia, para tentar esconder o corpo do empresário.  De acordo com a delegada Marcela Ehler, da delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DPHPP) de Novo Hamburgo, foi identificado pelo sinal de celular da vítima que ele havia passado por uma igreja muito próxima da casa do suspeito. O corpo estava perto de uma área rural de difícil acesso de Santo Antônio da Patrulha, junto a um riacho e coberta de telhas e outros materiais.

Segundo a investigação, Samuel enviou 25 veículos para o Estado, depois mandou mais 44 e o dinheiro não voltou. A polícia agora vai focar em uma segunda fase para saber onde estão os veículos e o dinheiro. A polícia estima R$ 5 milhões em prejuízo.

O caso

Nos últimos dias, 70 agentes participaram das buscas no litoral norte do Rio Grande do Sul, região onde o sinal telefônico do celular de Melo foi detectado pela última vez.

De acordo com as primeiras descobertas da investigação feita pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DPHPP), Melo chegou ao Estado na quinta-feira (1º) e se hospedou em um hotel em Novo Hamburgo, que estaria reservado até domingo (4). No entanto, ele parou de responder mensagens de familiares por volta das 13h30min de sexta (2). Conforme a polícia, ele se deslocou em direção ao Litoral Norte, passando por Santo Antônio da Patrulha.

O empresário veio ao Rio Grande do Sul para resolver questões de trabalho e cobrar uma dívida. Ele teria negociado 44 carros com um parceiro comercial, mas como não recebeu o dinheiro, decidiu vir ao Estado e levar 11 deles de volta.

Segundo informações apuradas pela reportagem do RBS Notícias exibida na noite desta terça-feira (6) pela RBS TV, um suspeito do crime, que seria o sócio do empresário no Rio Grande do Sul, foi preso pela Polícia Civil. Ele trabalharia no ramo de venda de veículos e, em depoimento, teria dito que Samuel fez uma viagem curta e que não teve mais contato. A Polícia Civil, contudo, não confirma se houve prisão.

Antes de sumir, o mineiro chegou a mandar mensagem de áudio para a namorada, disse que estava desconfiado porque não estava achando os carros que tinha enviado ao Estado. A polícia também rastreou as contas bancárias de Melo, e constatou que não houve movimentação financeira nos últimos dias.

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Gaúcha ZH