Ao menos quatro marcas foram alvo da operação Leite Compensado, que investiga o uso de substâncias perigosos como soda cáustica e água oxigenada para “reprocessar” produtos vencidos e recuperar uma eventual deterioração. Cidades gaúchas estariam recebendo o leite para merenda escolar, e o produto era exportado também para a Venezuela.
O caso foi revelado através da 13ª fase da operação Leite Compensado, que resultou em cinco prisões nesta quarta-feira (11). Além dos produtos químicos, “pelos indefinidos” e pontos de sujeira foram encontrados dentro de embalagens.
Uma fábrica da Dielat que fica em Taquara, município da Região Metropolitana de Porto Alegre, foi alvo da operação. Os produtos foram usados na merenda escolar de Alvorada, Canela, Gravataí, Ivoti, Porto Alegre, Taquara e Viamão nos últimos cinco anos.
Ainda, os produtos lácteos eram exportados para a Venezuela com o nome “Tigo”, e possuem ampla distribuição no Brasil.
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Confira as marcas de leite alvos da operação
- Mega Lac;
- Mega Milk;
- Tentação;
- Cootall.
Na operação desta quarta-feira, foram encontrados produtos vencidos que seriam usados para a fabricação de alimentos. Nos últimos dois anos, a Dielat já recebeu 16 sanções do Ministério da Agricultura, com interdições de instalações, suspensões de atividades e autuações por fraude de registros e embaraço à fiscalização.
Além do leite longa vida, os produtos perigosos como soda cáustica e água oxigenada estariam sendo adicionados no leite em pó, soro de leite em pó e compostos lácteos. A Dielat afirma ter produtos destinados a, além do varejo, empresas do setor “food service”, como restaurantes, pizzarias, padarias, lanchonetes, hotéis, escolas, hospitais, entre outros.
A operação “Leite Compensado”
Até o momento, quatro pessoas foram presas preventivamente. Entre elas, estão um sócio-proprietário da empresa, Antonio Ricardo Colombo Sader; o diretor, Tales Bardo Laurindo; um supervisor, Gustavo Lauck; e um engenheiro químico, Sérgio Alberto Seewald.
A quinta pessoa presa é uma mulher que teria pedido a funcionários que apagassem provas. Ela foi presa em flagrante, mas não teve a identidade divulgada pela polícia.
A operação, que além dos quatro mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça, cumpriu 16 de busca e apreensão. As ações foram nos municípios de Taquara, Parobé, Três Coroas, Imbé, e na cidade de São Paulo.
O que dizem as defesas
Nicholas Horn, advogado de Sérgio Alberto Seewald, sustenta que “ele não possui relação formal ou informal com a empresa Dielat”. De acordo com ele, “trata-se de uma criação de fatos por parte do Ministério Público, que não enseja a verdade”. Por fim, ele adiciona que “todas as medidas necessárias para a sua soltura estão sendo tomadas”.
O g1 e a RBS TV tentam contato com os demais investigados e com a Dielat.
*Com informações de g1 e Globo Rural
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