Uma mulher de 21 anos foi presa preventivamente nesta sexta-feira (31), suspeita de assassinar o filho recém-nascido e abandonar o corpo em meio a arbustos no bairro Medianeira, na zona sul de Porto Alegre.
O caso aconteceu em 2022, porém, após prestar esclarecimentos à Polícia Civil na época, a mulher se escondeu na região rural de Cerro Grande do Sul. Logo depois de ser localizada, ela foi capturada nesta sexta-feira no município do sul do RS.
Conforme o delegado Luciano Rodrigues, da Delegacia de Tapes — município próximo a Cerro Grande do Sul —, havia um mandado de prisão preventiva ativo contra a mulher, o que justificou as diligências. O documento havia sido expedido pela Vara do Júri da Capital.
A mulher está detida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. A suposta assassina não tinha antecedentes criminais.
Cunhado seria pai da criança
Em 19 de janeiro de 2022, uma equipe de limpeza urbana, que realizava melhorias na Rua Ponche Verde, no bairro Medianeira da Capital, encontrou o corpo de um bebê recém-nascido, já desfalecido, abandonado em meio a arbustos da via pública.
O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil deu início, então, às investigações. Foi a partir de uma denúncia anônima que foi possível identificar a suspeita, esclarece o delegado.
— Uma denúncia anônima informou que uma paciente internada em um hospital teria relatado aos médicos que seu bebê nasceu prematuro e ela colocou no lixo — afirma Luciano Rodrigues.
Após dois depoimentos à polícia, a mulher confessou a autoria do crime, relatando ter descartado o bebê no lixo. Ela disse ainda que a motivação para deixar o recém-nascido na rua teria sido para ocultar da família a existência do bebê e da relação que mantinha com o então cunhado, pai da criança.
Alegação de estupro
O caso gerou duas investigações na polícia. A primeira correu em Porto Alegre e trata da morte do bebê. O inquérito foi concluído por equipes do DHPP meses depois do crime vir à tona.
A Polícia Civil, então, remeteu o caso ao Ministério Público (MPRS), que posteriormente ofereceu denúncia ao Judiciário, que acatou o parecer. Com isso, a mulher passou a ser considerada ré por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Durante a investigação sobre a morte do bebê, depois de constituir defesa, a suspeita se dirigiu até a Delegacia da Mulher (Deam) e alegou um suposto estupro pelo então cunhado, pai da criança. O abuso, conforme ela, teria ocorrido em Cerro Grande do Sul, o que abriu mais um inquérito policial — esse no município do sul do Estado.
— Alegou muito provavelmente para tentar uma tese de defesa em eventual julgamento. Porém, apurou-se que as relações entre a suspeita e o cunhado foram consensuais — contextualizou o delegado.
O inquérito sobre o suposto estupro foi concluído sem indiciamentos. O Ministério Público concordou com o relatório, pedindo arquivamento desse desdobramento do caso.
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Gaúcha ZH