Polícia
O casal estava junto havia 30 anos e deixou dois filhos. Foto: Acervo Pessoal / Reprodução

Um homem foi preso preventivamente suspeito de matar Maria Rosane Stefanello, 53 anos, e Valdir Meller, 54. O casal morava em Campo Bom, no Vale do Sinos, e foi assassinado no dia 12 de janeiro.

Segundo o chefe da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, Eduardo Augusto de Moraes Hartz, a principal suspeita da motivação do crime é que o preso teria uma dívida com o casal e que, para evitar pagar o valor ou fugir da cobrança, o homem teria cometido o crime.

O mandado de prisão foi cumprido na casa do investigado, na noite de segunda-feira (29), no bairro Sete de Setembro, em Sapiranga. O homem não tinha antecedentes criminais. Durante a prisão, foram encontradas drogas, uma balança de precisão e 1 mil pinos de cocaína vazios.

O avanço na investigação estaria de acordo com a suspeita dos familiares das vítimas. Um parente próximo ao casal, que prefere não se identificar, relatou que a família acreditava na possibilidade de que o assassino fosse uma pessoa conhecida do casal, pois as vítimas teriam ido por conta própria ao local do crime com seu carro. Além disso, o familiar contou que o casal havia emprestado dinheiro para alguém, que ainda não havia pago. 

Corpos foram encontrados com marcas de tiro

Os corpos foram encontrados pela Brigada Militar com marcas de tiros, dentro do automóvel Hyundai Creta das próprias vítimas. O carro estava em uma rua de chão batido do bairro Quatro Colônias, em Campo Bom. 

O familiar conta que o casal estava em casa pelo menos até as 17h30min do dia do crime, quando teria recebido um telefonema e saído logo em seguida. Menos de meia hora depois, a BM atendeu uma denúncia sobre o carro, que estava trancado e estacionado de maneira suspeita.

A testemunha também cita um detalhe na vestimenta da mulher: Rose, como era chamada, estava de chinelos quando foi assassinada.

— A gente que convivia com ela sabia que, nem se fosse pra ir ao mercado, ela sempre colocava uma sapatilha. Ela estava sempre arrumadinha, não saía de casa de chinelo — conta o familiar, que acredita que o casal tenha saído às pressas de casa após o telefonema.

Perfil

Maria Rosane Stefanello praticava Seicho-no-ie, uma filosofia de vida de origem japonesa que tem a gratidão, a positividade e a natureza como prioridades.

Rose trabalhava como psicoterapeuta e apresentava seu trabalho nas redes sociais. Segundo a família, ela e o namorado, Valdir Meller, microempresário, seguiam esta filosofia no seu relacionamento. Eles eram conhecidos por serem calmos e espiritualizados.

— Eles tinham o costume de resolver seus problemas com diálogo. Estavam juntos havia mais de 30 anos e nunca teve violência e nem agressão — conta o parente. — Nunca foram de fazer nada de ruim pra ninguém, todo mundo gostava deles — reforça.

Por conta disso, dias antes do crime, a família teria percebido que a mulher não estava se comportando como o usual.

— Ela estava mais quieta e um pouco mais séria. Por isso, achamos que é possível que eles estivessem sendo ameaçados — conta o familiar.

Valdir e Rose deixam dois filhos, um homem e uma mulher, de 25 e 27 anos.

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Gaúcha ZH