Política
Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que conversou com o ministro Sergio Moro , da Justiça e Segurança Pública, para “acabar” com radares móveis em rodovias. Isso porque a Polícia Rodoviária Federal (PRF) é subordinada à pasta de Moro. A conversa com jornalistas e apoiadores no Paraná  foi divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência.

— Tô agora conversando com o Sergio Moro, que a PRF tá no comando dele, nós queremos acabar com os radares móveis também, que é uma armadilha para pegar os motoristas — disse o presidente, repetindo a decisão já anunciada de não renovar radares fixos nas estradas:

— Tomei a decisão, entrei em contato com o ministro Tarcísio (Freitas), que é da Infraestrutura. Quando conversei com ele, por coincidência, tinha oito mil e poucos novos pedidos de radar em rodovias federais do Brasil todo. Nós engavetamos aquilo lá.

O presidente disse que acertou com o ministro que qualquer radar ou “pardal” não será revalidado ao término do prazo de validade dos contratos. Ele também citou a redução de acidentes em rodovias no feriado da Semana Santa — de 11% em relação ao mesmo período do ano passado — para argumentar contra os radares.

— Você tem que estar preocupado com a sinuosidade da estrada, e não se um tem um pardal escondido atrás da árvore.

O presidente reiterou que deve se encontrar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para acertar mudanças no Código de Trânsito, entre elas o aumento do número de pontos necessários para perder carteira e validade da carteira de habilitação. A ideia, segundo ele, é passar de 20 para 40, mas “o ideal” seria 60. Ele admitiu, contudo, que enfrentaria dificuldades nessa hipótese.

Bolsonaro afirmou que pretende acabar também com os simuladores usados no processo de habilitação.

— É um absurdo gastar quase R$ 2 mil pra uma carteira de motorista —reclamou o presidente.

Em sua transmissão semanal no Facebook, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o cancelamento de radares fixos em rodovias.

— Não tem local de risco. Ninguém é otário de ter uma curva na frente, uma ribanceira, o cara entrar a 80, 90, a 100 por hora. Não é otário, não faz isso aí. Não precisa ter um pardal para multar o cara lá.

O Globo