Se formos usar rigor e detalhismo, cada brasileiro tem a sua ideologia política própria. Mas como a política é a arte do possível, vamos ser menos criteriosos e separar em grupos de pensamento mais ou menos semelhantes. Hoje no Brasil temos mais de trinta partidos. Penso que é um exagero, porque muitos tem ideologias bem parecidas e só coexistem separadamente porque tem donos ou servem de estratégia de final de eleição. Sendo prático e objetivo, temos a extrema esquerda, a esquerda, a meia esquerda, o centro, mais conveniente, a meia direita, a direita e a extrema direita. De um lado, quanto mais a esquerda, mais acredita-se em uma administração onde o estado é o provedor de tudo e o controlador da vida da sociedade. Quanto mais para a direita, mais entendendo-se como solução o estado mínimo, onde cidadão tem mais liberdade de escolha. Partindo do princípio de que tudo que é extremo não funciona bem, poderíamos chegar a conclusão de que o centro é o melhor caminho. Mas como em tudo na vida é preciso ter opinião, é preciso ser ou frio ou quente e nunca morno, que tende a esconder uma falta de coragem, de pró-atividade e um certo comodismo. Agora vem a minha tese. No nosso país de uma forma ou outra, os partidos que sempre estiveram juntos aos governos, independente da ideologia, foram os que habitaram o centro. E sabemos, que não funcionou e nunca vai funcionar. É neste ponto que precisamos olhar por cima desse muro e ver o que acontece lá fora, nos países que evoluíram e conquistaram desenvolvimento social. Uma Singapura, que era um dos países mais miseráveis do planeta e hoje desponta como uma das melhores qualidades de vida. A Estônia, no leste Europeu, que sofreu com miséria, enquanto fez parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e hoje é exemplo de evolução econômica e social. Os países da Escandinávia, como a Suécia, Finlândia e Noruega, que eram pobres até os anos setenta e hoje se tornaram países ricos e que podem se dar ao luxo de fazer uma política social muito abrangente. Que experiência bem sucedida todos estes países vivenciaram em comum? A liberdade econômica! Governos enxutos que resolveram investir na individualidade criativa do cidadão, do empreendedor, e dar a liberdade de pensar e de gerir suas vidas. Porque é tão difícil seguir os exemplos vitoriosos? Porque de Getúlio Vargas para cá, o Brasil é dominado e doutrinado pelo coletivismo que não respeita as diferenças de cada um e mais do que isso, nos limita mentalmente, despertando a nossa Síndrome de Vira-latas que nos achata animicamente. E para perpetuar essa ideologia utiliza um sistema que mantém o cidadão a margem da educação, o que facilita a dominação a tal ponto que não conseguimos sair deste sono profundo que vivemos. Um país de riquezas naturais e de tantas mentes geniais, mas que nunca acontece, nunca acorda, porque é dominado por uma ideologia que já foi fracasso em todos os países em que foi experimentada. Enquanto deixarmos que nos obriguem a tomar o “rivotril do socialismo”, continuarem assim, adormecidos e inertes com um futuro brilhante que nunca chega…
Por Carton Cardoso