O porcentual de brasileiros que declara ter recebido diagnóstico de depressão por profissional de saúde mental subiu 34,2% em seis anos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta-feira (18).
A PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), realizada em 2019, aponta que 16,3 milhões de pessoas com mais de 18 anos sofrem da doença. O número representa 10,2% da população na faixa-etária.
Quando o levantamento anterior foi realizado, em 2013, eram 7,6% (ou 11,2 milhões de pessoas). Ou seja, o período contribuiu para um adicional de 5,1 milhões de casos de depressão clínica no País. As regiões urbanas registram a maior prevalência de casos de depressão, presente em 10,7% da população nas grandes cidades, enquanto nas áreas rurais o índice é de 7,6%.
Ainda conforme a pesquisa, os estados do Sul e Sudeste têm 15,2% e 11,5%, respectivamente, de adultos com diagnóstico confirmado de depressão. Em seguida aparecem, Centro-Oeste (10,4%), Nordeste (6,9%) e Norte (5%). Quando analisados os dados por sexo, as mulheres são as que mais sofrem de depressão: 14,7%, contra 5,1% entre os homens. Os idosos entre 60 e 64 anos representam a faixa etária com maior incidência: 13,2%.
Tratamento
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a depressão não é o simples fato de estar triste. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) cita a prevalência do humor triste, mas também sintomas como: diminuição do interesse ou prazer em atividades diárias; perda ou ganho de peso sem estar fazendo dieta; insônia ou sonolência quase todos os dias; cansaço ou perda de energia; além de sentimentos de inutilidade e culpa excessiva.
Os pensamentos suicidas são classificados como um dos sintomas mais graves da depressão. Estima-se que 15% das pessoas deprimidas sem tratamento dão fim à própria vida. Por isso, um dos dados apontados pelo IBGE na Pesquisa Nacional de Saúde merece atenção: mais da metade (52%) dos brasileiros que afirmaram ter diagnóstico de depressão não faziam uso de medicação. Apenas 18,9% faziam psicoterapia.
O estudo ainda mostra que 52,8% receberam assistência médica para depressão nos últimos 12 meses anteriores à data da entrevista, sendo que a rede privada ainda é o local que mais concentra os atendimentos: 47,4%. Na sequência, aparecem as unidades básicas de saúde (29,7%) e centros de especialidades, policlínicas públicas, ambulatórios ou hospitais públicos (13,7%).
O Sul