Saúde
Foto: Pexels

A ciência tenta explicar há anos e anos por que passamos tanto tempo dormindo. Mas foi na última década, graças a modelos experimentais, avanços na tecnologia e nas técnicas analíticas, que foi possível ter uma visão mais profunda do cérebro adormecido. A seguir, três grandes descobertas, elencadas pelo The Conversation.

O cérebro repete memórias enquanto dormimos
Uma revisão publicada em 2023 mostrou que as memórias formadas durante o dia são reativadas enquanto estamos dormindo. Os pesquisadores descobriram isso usando técnicas de aprendizado de para “decodificar” o conteúdo do cérebro adormecido.

Um estudo de 2021 descobriu que o treinamento de algoritmos para distinguir diferentes memórias enquanto estamos acordados torna possível ver os mesmos padrões neurais reaparecerem no cérebro adormecido.

Em outras abordagens, os cientistas conseguiram reativar determinadas memórias ao reproduzir sons associados à memória enquanto os participantes estavam dormindo. Quando a memória foi testada após o sono, eles lembraram mais dos estímulos cujos sons foram reproduzidos durante o sono, em comparação aos estímulos de controle cujos sons não foram reproduzidos.

A pesquisa também demonstrou que o sono reestrutura nossas memórias para formar narrativas mais coesas e nos ajuda a encontrar soluções para problemas. A ciência está mostrando que dormir realmente ajuda a ter uma vida mais descomplicada.

O sono mantém a mente saudável
Estudos em que os pesquisadores mantêm os participantes acordados durante toda a noite, foram combinados com exames cerebrais de ressonância magnética funcional para traçar um quadro detalhado do cérebro privado de sono. Os trabalhos mostraram que a falta de sono interrompe gravemente a conectividade entre diferentes redes cerebrais. As alterações incluem um colapso da conectividade entre as regiões cerebrais responsáveis pelo controle cognitivo e uma amplificação das regiões envolvidas no processamento de ameaças e emoções.

A consequência é que o cérebro privado de sono é pior em aprender novas informações e pior em regular as emoções.

O sono protege de doenças neurodegenerativas
Problemas de sono no início da vida aumentam o risco de demência. Recentemente, tornou-se evidente que o sono profundo ajuda eliminar toxinas do cérebro. A privação do sono aumenta a taxa de acúmulo de β-amiloide (associado ao Alzheimer), em partes do cérebro envolvidas na memória, como o hipocampo. Problemas de sono estavam associados a uma taxa mais alta de acúmulo de β-amiloide em um acompanhamento quatro anos depois. O sono bom reduz os sintomas de depressão, ansiedade e estresse.

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Agência O Globo