Saúde
(Foto: Dulcey Lima/Unsplash)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que adultos pratiquem de 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana. Com rotinas cheias e trabalhos que exigem muitas horas sedentárias, muitas pessoas podem sentir dificuldade em alcançar essa meta e se desmotivar a fazer exercícios.

Contudo, um artigo publicado na revista Obesity no último dia 20 de fevereiro sugere que treinar de um a dois dias na semana já é o suficiente para produzir perda de peso no corpo humano. O estudo, conduzido por especialistas chineses, é pioneiro na análise da associação de padrões de atividade física e medida de massa de tecido adiposo — responsável por armazenar gordura.

De acordo com os pesquisadores, pessoas consideradas “guerreiras de fim de semana” — aquelas que praticam sua atividade física de um a dois dias por semana — podem perder peso de maneira similar às que se exercitam regularmente, contanto que alcancem as metas recomendadas.

“O padrão de guerreiro de fim de semana vale a pena ser promovido em indivíduos que não conseguem atingir a frequência recomendada nas diretrizes atuais”, explica Lihua Zhang, cientista do Fuwai Hospital, da Academia Chinesa de Ciências Médicas, e uma das autoras do artigo, em comunicado da Sociedade de Obesidade dos Estados Unidos.

De acordo com a pesquisadora, pessoas como motoristas de ônibus e trabalhadores de escritório podem se beneficiar com os resultados divulgados, tomando-os como incentivo para começar a se exercitar. “Nosso estudo pode oferecer a eles uma escolha alternativa para se manterem em forma”, conta Zhang, que também lembra das atividades apropriadas para os “guerreiros de fim de semana”, como escalada, caminhada, ciclismo ou corrida.

Amostra ampla

Para chegar às conclusões, foram extraídos dados de mais de 9,6 mil participantes, com idades entre 20 e 59 anos, da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição da China, de 2011 a 2018. Exames para avaliar a gordura abdominal e coletas de níveis de atividade física foram realizados a fim de avaliar associações entre padrões de exercício e indicadores de composição corporal.

Do total de participantes, 772 relataram o padrão de “guerreiro de fim de semana”, 3,2 mil se declararam como sendo regularmente ativos e 5,5 mil inativos — ou seja, não praticantes de atividade física.

Os resultados mostram que tanto o grupo do fim de semana quanto o regularmente ativo tiveram menor adiposidade abdominal, circunferência da cintura, massa de gordura corporal total e índice de massa corpórea.

“Em um nível elevado, este estudo reafirma o velho ditado sobre atividade física e saúde: qualquer atividade é melhor do que nenhuma atividade”, comenta a professora assistente Beverly Tchang, do Centro de Controle de Peso Abrangente do Weill Cornell Medicine em Nova York, nos EUA. “A principal conclusão é que as pessoas devem ser ativas de qualquer maneira que se adeque ao seu estilo de vida.”

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O Sul