Foto: Kateryna Kon/Science Photo Library
O Estado do Ceará registrou um caso raro de meningoencefalite amebiana, doença causada pela Naegleria fowleri – conhecida como “ameba comedora de cérebro”. A vítima foi uma criança de 1 ano e 3 meses, de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza. Ela faleceu em 19 de setembro de 2024, sete dias após o início dos sintomas.
A informação foi confirmada nesta terça-feira (10) pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual da Saúde do Ceará, que seguem monitorando a situação da região. O secretário executivo de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará e doutor em saúde coletiva, Antonio Lima Neto (Tanta), explicou que o caso foi confirmado do ponto de vista técnico.
“O laudo laboratorial chegou à conclusão de que o quadro é compatível com o diagnóstico, considerando aspectos laboratoriais, clínicos e epidemiológicos nos exames realizados”, explicou o especialista.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, o único relato na literatura científica sobre o caso de meningoencefalite amebiana em humano causada por Naegleria fowleri ocorreu em 1975, no Estado de São Paulo. Com a confirmação do caso, Antonio Lima Neto explica que o registro de Caucaia foi encaminhado ao Ministério da Saúde.
“Os laudos do Laboratório de Referência da Água (classificação da espécie) e do bebê (classificação da espécie e sequenciamento genômico) já atestaram o fato. Assim como o estudo histológico das lâminas de tecido encefálico”, esclarece.
Segundo o secretário executivo, o diagnóstico só foi possível porque a família permitiu uma análise da necropsia da criança. O processo de investigação conta com a participação de diversos órgãos da Secretaria de Vigilância em Saúde, como o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), o Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (LACEN-CE) e as Vigilâncias Epidemiológica, Ambiental e Sanitária, além do Instituto Adolfo Lutz, vinculado à Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES-SP).
Entenda
Em 12 de setembro, a criança foi atendida no posto de saúde de Caucaia (CE) e encaminhada a uma UPA da região. O caso foi inicialmente tratado como uma infecção viral comum, mas evoluiu rapidamente para sintomas neurológicos graves, levando os médicos a suspeitarem de meningoencefalite amebiana.
A análise da necropsia e exames histopatológicos indicaram que a causa da infecção era a Naegleria fowleri, o que foi confirmado posteriormente por exames laboratoriais realizados no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, a infecção ocorre por via nasal, sendo mais comum durante mergulhos. Em todo o mundo, os casos de infecção geralmente envolvem pessoas expostas a lagos, lagoas e outros corpos d’água.
No caso de Caucaia, a suspeita é de que a criança tenha sido infectada durante um banho em casa. O Ministério da Saúde informou que, assim que a suspeita foi levantada, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Ceará (CIEVS/CE) realizou reuniões com o líder do assentamento sem rede de esgoto em que a criança morava e com a comunidade para fornecer orientações e recomendação da desinfecção do reservatório de água que abastece a comunidade.
“Foi modificada a forma de abastecimento da água, foi aperfeiçoada a cloração e a filtragem”, reforça o secretário executivo.
Para tranquilizar a população local, Antonio Lima explicou que o caso se trata de um evento inusitado de saúde, ou seja, um caso raro para a ciência.
“Parece ser um caso isolado. Provavelmente, a água que passou por um reservatório aqueceu naturalmente pelo sol mesmo. Isso pode ter favorecido essa reprodução”, explica.
A Naegleria fowleri é uma ameba de vida livre que habita ambientes aquáticos, especialmente em águas quentes como lagoas, rios, açudes e fontes termais. A infecção ocorre quando a água contaminada entra nas narinas, geralmente durante atividades como mergulho, e a ameba migra pelo nervo olfatório até o cérebro, causando inflamação e destruição cerebral.
A doença, conhecida como meningoencefalite amebiana primária (PAM), é extremamente rara, mas apresenta uma taxa de letalidade de 97%, com poucos casos documentados de sobrevivência, segundo Antonio Lima Neto. O Ministério da Saúde reforça que a Naegleria fowleri não é transmitida pela ingestão de água contaminada e não pode ser transmitida de pessoa para pessoa. As informações são do portal de notícias CNN Brasil.
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