Em construção desde o mês passado, o Hospital Regional de Palmeira das Missões, no município do Norte do Rio Grande do Sul, tem conclusão prevista para dois anos. A instituição será referência para 500 mil pacientes de mais de 70 cidades, que atualmente precisam viajar para receber atendimentos em casos de média e alta complexidade.
A obra deve custar R$ 115 milhões, obtidos em convênio entre a prefeitura e o Ministério da Saúde. Já foram depositados R$ 60 milhões na conta do município, e o governo federal deve liberar o restante de acordo com o andamento da construção.
Só em Palmeira das Missões, todos os meses, quase 1,5 mil pessoas precisam buscar tratamento em hospitais de referência da região. Com isso, a prefeitura gasta pelo menos R$ 1 milhão por ano com transporte.
“O custo é absurdo na questão da ambulância-terapia. Os riscos nas estradas ocasionaram diversos acidentes, inclusive acidentes fatais. Os exames, principalmente os diagnósticos mais complexos, a região tem 98% de dependência dos grandes centros, especialmente Passo Fundo, Porto Alegre”, diz o prefeito de Palmeira das Missões, Eduardo Russomano Freire.
Além dos gastos, as viagens causam transtornos a pacientes e acompanhantes. Há cerca de dois meses, o comerciante Daniel de Oliveira do Amaral sai de Palmeira das Missões e percorre mais de 100 km até Ijuí, onde passa por quimioterapia e radioterapia. Devido às viagens, precisou fechar o bar onde trabalhava.
“Saio às 6h da manhã daqui, a dificuldade, e fico o dia inteiro lá, e tem que ir todo dia. A viagem que é mais dificultoso”, relata.
Para acompanhar o pai, a atendente Daniela de Oliveira também parou de trabalhar. “Demora em torno de quatro horas, ida e volta. Geralmente vai a van ou o carro da saúde, com os outros pacientes. Daí enquanto um não se libera, os outros também têm que esperar”, relata.
A atendente celebra a construção do novo hospital. “Para todos aqui, eu acredito, da comunidade vai ser muito importante em todos os tipos de tratamento”, afirma.
G1 RS