Saúde
Foto: Arquivo Pessoal

O menino Kenzo Guilherme Kammchen Carvalho, de 12 anos, tem paralisia cerebral. Até hoje, não fala nem caminha. As dificuldades ficaram ainda maiores quando, em uma das viagens de Santa Rosa a Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul, em busca de tratamento, a família se envolveu em um acidente de trânsito e Kenzo fraturou as duas pernas.

O filho estava no carro com os pais, no dia 23 de junho, na BR-468, entre Palmeira das Missões e Coronel Bicaco. No acidente, a mãe, Adriane Kammchen Carvalho, teve traumatismo craniano, mas se recupera bem. Já o pai, Marcos, segue internado, com risco de ficar tetraplégico.

“Pelo que o médico fala, vai ser mais comprometido. Então, não sei, vou pedir para Deus me ajudar, me dar força e pensar na vida, moldar ela como vai ser daqui pra frente. Me sinto preparada em assumir o que vou precisar assumir. O doutor disse que ele vai precisar de respirador, vai fazer uso de fraldas, vai ser uma pessoa que vai ser dependente 100%”, diz Adriane.

Desempregada, ela conta com a ajuda de familiares. O cunhado Rodrigo Rossetto Lopes passa todos os dias com Kenzo.

“Não tem como fazer isso sozinho. Ninguém vai conseguir dar conta disso, de um fardo desses sozinho, do nada. A gente sempre tem um apoio. Eu moro aqui do lado, no mesmo terreno. Estou sempre de prontidão. Até estou pegando menos serviço para ficar mais em casa em função dele, pelo menos até ele tirar os gessos”, relata o autônomo.

Além do auxílio dos familiares, Adriane precisa de mais ajuda. Com os cuidados ao marido e ao filho, ela não consegue trabalhar, e não tem mais o sustento que, antes, vinha dos serviços de Marcos como pedreiro.

Eles estavam construindo uma casa adaptada para o filho, que também precisará ser construída para acolher o pai. Mas os recursos são insuficientes até mesmo para as coisas mais básicas, como a compra de fraldas e alimentação.

“Os enfermeiros do hospital já me pediram se está adaptado o ambiente. Quando eles me pediram isso, eu não sabia nem o que responder. Eu não me sinto preparada para isso ainda. Eu não tenho onde colocar ele. Vou trazer ele aqui ou vou trazer para a casa de um parente, o que me der acolhimento. Eu não tenho nada, um lugar para dizer: ‘aqui vai a cama, aqui vai o aparelho, aqui vai isso e aqui vai aquilo’”, lamenta Adriana.

Amigos e familiares iniciaram uma campanha para arrecadar recursos. A expectativa é que, aos poucos, o problema que atinge toda a parte muscular do menino na fala e na coordenação motora seja sanado, como, há cinco anos, dava indícios de melhora.

“Ele ficava em pé. Tu pegava nas mãozinhas, ele caminhava, dava os passinhos. Mas o Kenzo, conforme ele foi desenvolvendo, [foi] perdendo a força muscular”, recorda a mãe.

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G1 RS