
Quase 5 anos depois, o modelo de distanciamento controlado para prevenção à Covid-19, proposto pelo governo do RS, teve baixa eficácia na redução da propagação do vírus, segundo pesquisa realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O esquema consistia em um sistema de bandeiras coloridas, atualizado semanalmente, para indicar o nível de restrições a ser adotado em atividades em cada região do Estado.
Desenvolvido pelo pesquisador Ricardo Rohweder, do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, o estudo buscou avaliar se o modelo foi efetivo e avaliou com precisão a transmissão do vírus, além da eficácia de suas respostas, ao longo de 2020. O estudo explorou se as cores das bandeiras atribuídas pelo modelo refletiam ou afetavam a transmissão do coronavírus. O artigo foi publicado em 15 de janeiro, no periódico Health Security da Mary Ann Liebert, Inc.
A pesquisa estimou o número efetivo de reprodução, uma medida epidemiológica que mede a velocidade de propagação do vírus. O maior gargalo, à época da crise sanitária, era mensurar como a pandemia estava se desenvolvendo, devido à subnotificação do número de casos.
INDIFERENTE
Os resultados apontam que não houve diferença na transmissão do vírus, independentemente das cores das bandeiras.
Segundo o pesquisador, “quando a gente comparava os RTs (número efetivo de reprodução) de bandeira vermelha, amarela ou laranja, que era a intermediária, o RT era basicamente o mesmo. Então, o componente de resposta do modelo de distanciamento controlado não teve sucesso”.
Quanto ao componente de avaliação, também não foi encontrada associação entre a transmissão e as bandeiras – quando o número efetivo de reprodução aumentava, esperava-se que a bandeira subisse de nível, o que não foi verificado a curto prazo, apenas com um atraso de três semanas.
De forma geral, o modelo de distanciamento controlado não fez o que ele se propôs a fazer.
ECONOMIA FECHADA
Durante a aplicação das bandeiras houve fechamento parcial de estabelecimentos comercias e de prestação de serviço que agora, pela pesquisa, se verifica ter sido desnecessário.
CONTRAPONTO
A Secretaria Estadual da Saúde aponta que o modelo adotado pelo RS foi uma abordagem inovadora e adaptável que buscou equilibrar a proteção à vida com a necessidade de manter a economia funcionando.
O modelo de distanciamento controlado do RS foi uma estratégia bem-sucedida que demonstrou a importância de uma abordagem regionalizada, flexível e baseada em dados para enfrentar crises de saúde pública. Ele serviu como um exemplo de como políticas públicas podem ser adaptadas para atender às necessidades específicas de diferentes comunidades, garantindo a proteção da saúde e a continuidade econômica, diz a pasta.
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Gaúcha ZH