Uma nota do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), divulgada na terça-feira (16), afirma que a espécie do mosquito-pólvora que se proliferou no Litoral Norte do Rio Grande do Sul é do tipo transmissor da febre oropouche. O Estado não tem casos confirmados da doença, causada por um vírus transmitido pelo inseto.
A febre oropuche se manifesta, principalmente, por meio da picada do mosquito pólvora. Ela apresenta sintomas similares à dengue, incluindo: dor de cabeça, dor muscular, diarreia, febre e vômitos. Não existe um tratamento específico para a doença. Recomenda-se repouso, tratamento sintomático e acompanhamento médico.
As amostras testadas pelo CEVS identificaram a espécie Culicoides paraensis em Mampituba e Três Forquilhas. Além disso, há registros em cidades como Dom Pedro de Alcântara, Itati, Maquiné e Terra de Areia. Para Aline Campos, chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde (DVAS) do CEVS, os resultados servem de alerta para o Estado.
— Até então, a gente não tinha registro da espécie, que vem a ser o principal vetor da febre oropouche, no Rio Grande do Sul. Acende um sinal de alerta, porque agora a gente registra a presença. A ideia é alertar a população e os serviços de saúde para a possível entrada desse vírus — diz.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 7 mil casos positivos da doença – a maior parte, na Região Norte. O governo emitiu uma nota técnica alertando para os riscos para gestantes, após a detecção de casos de microcefalia em quatro recém-nascidos cuja mãe estava infectada.
Os moradores das cidades gaúchas que registram a presença do inseto não sofreram com a febre e relataram, até agora, apenas sintomas na pele, como coceira e formação de “bolinhas” vermelhas. No entanto, os sintomas da febre oropouche podem se manifestar, caso o mosquito-pólvora esteja infectado.
O que é a febre oropouche
A infectologista e virologista Cynara Carvalho Nunes explica que a febre oropuche “é uma doença causada pela picada de mosquito, uma arbovirose” registrada desde a década de 1960 no Brasil.
A especialista diz que, apesar da doença ser mais comum no Norte e no Nordeste do país, não se descarta a ocorrência dela no Sul.
— É que nem a dengue. Tinha o Aedes aegypti, mas não tinha a dengue. Começa dessa forma, primeiro chega o meio, que seria o mosquito — comenta.
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Gaúcha ZH