Dormir é fundamental para o bom funcionamento do corpo durante o dia, mas agora os cientistas descobriram ainda mais efeitos da falta de sono no cérebro.
A privação de sono pode resultar em lentidão, cansaço, falta de disposição e dificuldade de concentração nas atividades diárias. E o mesmo se aplica aos ratos.
Em um estudo envolvendo os roedores, pesquisadores identificaram as alterações que ocorrem no cérebro quando há privação de sono. Até então, não se tinha conhecimento da reação do órgão diante dessa situação.
Os efeitos da falta de sono no cérebro ainda não são completamente compreendidos. Embora saibamos das consequências da privação de sono, os impactos disso no cérebro ainda não foram totalmente esclarecidos.
Isso porque, nesse contexto, é necessário que o órgão seja estudado separadamente do corpo (ou seja, o indivíduo estaria morto).
Experimento
Por isso, os pesquisadores realizaram um experimento com ratos de laboratório, onde compararam os cérebros de roedores que tiveram uma quantidade normal de sono com os de outros que foram mantidos acordados por seis horas extras.
Para impedir que os animais dormissem, os investigadores cutucavam suas gaiolas, mantendo-os despertos. Em seguida, os ratos foram sacrificados e seus cérebros dissecados para análise.
Graças ao estudo, foi possível entender mais sobre o que a falta de sono causa no cérebro, de maneira química.
Na falta do sono, cérebro diminui sinapses
Os cientistas descobriram que os ratos que foram privados de sono apresentaram uma diminuição na variedade de conexões sinápticas no cérebro.
Um estudo anterior realizado pela equipe já havia categorizado os tipos de sinapses cerebrais dos ratos. Com esta nova pesquisa, eles puderam avaliar a diversidade dessas conexões diante da falta de sono.
Os animais que dormiram menos apresentaram o mesmo número de sinapses que os ratos que dormiram normalmente, porém com uma diversidade menor.
A redução mais significativa foi observada nas regiões do cérebro relacionadas à memória e ao aprendizado.
Os pesquisadores ainda não conseguiram identificar o mecanismo responsável por essa mudança, mas suspeitam que a diminuição na síntese de proteínas possa ter um papel nesse processo.
O que isso provoca?
A pesquisa conseguiu começar a entender o que a falta de sono provoca no cérebro. Com menos sinapses e processamento de informações, existem consequências graves para a saúde física e mental. E não apenas em ratos, mas também em humanos.
O que se sabe atualmente é que não dormir gera efeitos diretos nas funções normais.
A privação de sono afeta a memória, a capacidade de concentração e o tempo de reação. Isso pode levar a dificuldades de aprendizado e de tomada de decisões.
Além disso, pode causar irritabilidade, ansiedade e depressão. A regulação se torna mais difícil, aumentando o risco de instabilidade emocional.
E não são apenas efeitos emocionais ou químicos. O sono insuficiente está associado a um maior risco de doenças cardíacas, hipertensão, diabetes tipo 2 e obesidade.
O sistema imunológico também fica enfraquecido, tornando o corpo mais suscetível a infecções. Isso porque é durante o sono que nos recuperamos, que nosso sistema reseta e regenera os elementos que precisam se recuperar.
Além disso, a falta de sono pode afetar a produção de hormônios como a insulina, o cortisol (hormônio do estresse) e hormônios ligados ao apetite, como a leptina e a grelina. Isso pode levar a problemas metabólicos e ao aumento do apetite.
Efeito externo
Os efeitos não são apenas individuais. Isso porque ele compromete a coordenação motora, a força, a resistência e o tempo de reação.
Assim, pode impactar o desempenho em atividades físicas e aumentar o risco de lesões.
A sonolência durante o dia aumenta o risco de acidentes, especialmente no trânsito. Motoristas sonolentos têm um desempenho semelhante ao de motoristas alcoolizados.
Por fim, a longo prazo, a privação de sono crônica pode acelerar o envelhecimento da pele, resultando em rugas, olheiras e uma aparência geral mais cansada. E como o sistema não se recupera direito, os órgãos, tecidos e elementos corporais também se desgastam mais.
De modo geral, a falta de sono contínua está ligada à diversos riscos, desde doenças cardiovasculares, ataques cardíacos e derrames, até AVC e problemas externos, colocando em risco a sua vida e a de outras pessoas.
Entender mais sobre esses efeitos é o primeiro passo para estudar soluções que tragam qualidade de vida para as pessoas.
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