A vontade de quase todo brasileiro nesse momento é receber a dose da vacina contra a covid-19 e correr para um bar para finalmente poder comemorar. No entanto, será que faz mal beber depois de tomar o imunizante? A eficácia da vacina diminui com a ingestão de álcool?
O ND+ consultou o médico e infectologista Martoni Moura e Silva, que ajuda a explicar essas e outras dúvidas a respeito do assunto.
Aqueles que já tomaram a vacina e beberam logo depois não tem com o que se preocupar até o momento, destaca o infectologista. “Não há nenhum evidencia que mostre que o uso de álcool interfira na eficácia da vacina contra a Covid-19”, afirma.
Porém, a prática não é indicada para quem for tomar o imunizante. “Eu ressalto que o uso abusivo de álcool pode intensificar os efeitos adversos relacionados às vacinas”, completa.
Ou seja, aquelas dores musculares, febre, dores de cabeça, reações características de quem recebeu a dose do imunizante, podem ser acentuados pelo álcool.
“A gente sabe que o álcool agride o organismo, então ele vai potencializar os efeitos, seja lá uma dor de cabeça, ou algo mais forte”, esclarece Moura e Silva.
Para o médico, o que deve prevalecer para quem recebe a vacina é uma certa cautela, para evitar maiores desconfortos. “Acredito que deve-se ter um bom senso quando chegar a vez de tomar a vacina: se coloque em um momento sem grandes substâncias estranhas, o álcool é uma delas.”
Há diferença entre as vacinas?
O panorama não muda de uma vacina para outra. Até o momento, nenhum estudo indica que algum imunizante contra a Covid-19 tenha contra indicações ao consumo de álcool, informa o infectologista. Já a intensificação dos efeitos, varia do que cada uma normalmente já iria apresentar.
“Todas as vacinas têm efeitos adversos. A Astrazeneca tem mostrado alguns mais intensos, mas que em média duram em torno de 24h a 48h. Alguém vai sentir por mais dias mas, são casos raros. A Coronavac já é mais leve, as pessoas não costumam sentir nada”, lembra o infectologista.
No entanto, o médico lembra que os malefícios devem se concentrar apenas nos efeitos, e não devem alterar a eficácia do imunizante.
“Qualquer coisa que você faça, seja atividade física intensa, seja um trauma psicológico, assim como a ingestão de álcool ou drogas, isso pode superestimar os sintomas adversos das vacinas, é normal. Só vai potencializar o efeito de cada um”, conclui.
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