Estudo realizado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Ufpel (Universidade Federal de Pelotas) revela aumento de 50% em apenas duas semanas na proporção da população com anticorpos para o coronavírus no Brasil.
O levantamento foi realizado em 120 cidades, incluindo 26 das 27 capitais (com exceção de Curitiba). A equipe de pesquisadores considerou os 83 municípios que registraram pelo menos 200 testes e entrevistas nas duas fases da pesquisa. A proporção da população com anticorpos foi de 1,7%, na 1ª fase, para 2,6%, na 2ª fase. Com a margem de erro, a taxa varia de 1,5% a 1,8% na 1ª fase e na 2ª fase de 2,4% a 2,8%.
A 2ª fase da ‘Epicovid19’ – como é chamado o estudo -, realizada de 4 a 7 de junho, fez 31.165 testes e entrevistas. A 1ª fase foi realizada de 14 a 21 de maio, com 25.025 testes e entrevistas.
Os pesquisadores afirmam que o dado é um indicativo de que o total de pessoas que já tiveram a doença no Brasil é mais alto do que o reportado, ou seja, estaria na casa dos milhões, e não dos milhares. De acordo com o Ministério de Saúde, o Brasil tem 805 mil casos confirmados.
O coordenador-geral do estudo e reitor da Ufpel, Pedro Hallal, diz que “se a gente quer ter uma ideia do número total de pessoas infectadas, a gente pega o número oficial e multiplica por 6. E a gente vai ter uma boa estimativa de quantos brasileiros têm os anticorpos contra o novo coronavírus”
A estimativa, na próxima fase, é que haja 6 vezes mais casos da covid-19 do que o dado oficial registrado nas cidades pesquisadas. Na 1ª fase, a Epicovid19 havia projetado que o Brasil tinha 7 vezes mais casos do novo coronavírus do que apontam as estatísticas oficiais.
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