A ritalina é um dos nomes comerciais do cloridrato de metilfenidato, um psicoestimulante utilizado para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) – embora essa não seja a sua única indicação terapêutica. Além do nome ritalina, o metilfenidato também pode ser encontrado nas versões ritalina LA, que tem uma liberação prolongada, Concerta, Attenze, Consiv, ou como genéricos.
Ritalina pode levar a um cenário de dependência
Embora seja um fármaco importante no tratamento do TDAH, a ritalina tem acendido o alerta de especialistas e autoridades médicas devido ao uso indiscriminado e por pessoas sem o diagnóstico do transtorno. É comum ouvir relatos de estudantes e trabalhadores que recorrem à droga para aumentar seu foco e produtividade, ou até mesmo com finalidade recreativa, devido ao efeito no sistema nervoso.
No entanto, a ritalina não é isenta de riscos e pode levar a um cenário de dependência. Além disso, de forma contrária ao esperado, um estudo apontou que o medicamento pode reduzir a produtividade daqueles que não têm TDAH. Para restringir o acesso, o remédio pode ser vendido apenas mediante prescrição médica do tipo amarela, que fica retida com o farmacêutico.
O que é ritalina e para que serve?
A ritalina é um dos nomes comerciais do cloridrato de metilfenidato, um psicoestimulante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para as seguintes indicações terapêuticas:
- Tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) a partir de 6 anos de idade;
- Tratamento de narcolepsia (sintomas incluem sonolência durante o dia, episódios de sono inapropriados e ocorrência súbita de perda do tônus muscular voluntário).
O uso deve ser feito apenas mediante indicação médica. Para a compra é necessária uma receita médica do tipo amarela, que fica retida com o farmacêutico.
Qual é o efeito da ritalina?
O cloridrato de metilfenidato, princípio ativo da ritalina, é uma substância da família das anfetaminas que age como um psicoestimulante do sistema nervoso central (SNC). O mecanismo de ação, ainda que não tenha sido completamente elucidado, envolve uma inibição da recaptação de dopamina no cérebro, o que aumenta a disponibilidade do neurotransmissor.
Os efeitos são mais evidentes sobre as atividades mentais, como:
- Aumento da concentração;
- Controle da impulsividade;
- Aumento no tempo de atenção;
- Redução do sono e da fadiga;
- E, por se tratar de uma anfetamina, sensações de euforia – o que leva ao uso recreativo inadequado.
Por que usam ritalina como droga?
As pessoas devem usar a ritalina apenas mediante indicação médica no tratamento do TDAH ou da narcolepsia. Usos incorretos são relatados devido ao aumento da concentração e à sensação de euforia que o medicamento pode provocar. No entanto, a prática é inadequada e pode trazer diversos riscos, como impactos no sistema nervoso central e desenvolvimento de um quadro de dependência.
Quem não tem TDAH pode tomar ritalina?
O único caso em que a ritalina é indicada quando o paciente não tem TDAH é para o tratamento da narcolepsia. Usos diferentes sem indicação médica podem ser nocivos para a saúde.
Além disso, um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, publicado na revista científica Science Advances, mostrou que o uso de medicamentos como a ritalina por indivíduos sem TDAH pode na verdade levar a uma redução da produtividade e do desempenho.
Qual dose de ritalina devo tomar?
A ritalina pode ser encontrada em comprimidos na forma comum e em cápsulas de longo alcance (LA), cujo efeito tem uma duração mais duradoura. O modelo comum é vendido em doses de 10 mg. Já o LA pode ser encontrado em 10 mg, 20 mg, 30 mg ou 40 mg.
A dose ideal vai depender de fatores como idade e o quadro do paciente, por isso é importante a indicação do profissional de saúde. Geralmente, crianças iniciam com dosagens menores, que podem envolver comprimidos fracionados.
A dose máxima é de 60 mg diários para crianças. Entre adultos, é de até 60 mg no tratamento da narcolepsia, e de até 80 mg, no TDAH. Nos mais velhos, normalmente são utilizados de 20 mg a 30 mg por dia.
O tratamento com a ritalina geralmente envolve dois comprimidos ao dia no caso do modelo comum. Já a ritalina LA tem uma segunda liberação da substância no corpo aproximadamente 4 horas após o uso. Por isso, uma cápsula ao dia dessa versão de longo alcance equivale a dois comprimidos de ritalina comum.
Quanto tempo dura o efeito da ritalina?
A ação da ritalina no corpo começa em 30 minutos após o uso e atinge o pico de uma a duas horas depois. A meia-vida do medicamento é de duas a três horas.
Quem não deve tomar ritalina?
Além de menores de seis anos, a ritalina também é contraindicada para:
- Pessoas alérgicas (hipersensíveis) ao metilfenidato ou a qualquer outro componente da ritalina;
- Pessoas que sofrem de ansiedade, tensão ou agitação;
- Indivíduos com algum problema da tireoide;
- Pacientes com problemas cardíacos, como ataque cardíaco, batimento cardíaco irregular, dor no peito (angina), insuficiência cardíaca, doença cardíaca ou que nasceram com problema do coração;
- Pessoas com pressão sanguínea muito alta (hipertensão arterial) ou estreitamento dos vasos sanguíneos (doença arterial oclusiva que pode causar dor nos braços e pernas);
- Indivíduos que estejam tomando um medicamento chamado “inibidor da monoamino oxidase” (IMAO), utilizado no tratamento da depressão ou tiver tomado IMAO nas últimas duas semanas;
- Pacientes com pressão ocular aumentada (glaucoma);
- Pacientes com tumor da glândula adrenal chamado feocromocitoma e
- Pessoas com fala e movimentos corporais incontroláveis (síndrome de Tourette) ou se qualquer outro membro da família for portador desta síndrome.
Quais os riscos da ritalina?
Quando utilizada com a devida orientação médica, a ritalina é considerada um medicamento seguro e importante para o tratamento de TDAH e narcolepsia. As reações adversas mais comuns são:
- Nervosismo;
- Insônia;
- Náuseas;
- Boca seca;
- Diminuição do apetite;
- Dor de garganta, que costumam ser controláveis com o ajuste da dose.
Outros efeitos associados ao uso do medicamento são aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, cefaleia (dor de cabeça), desmaios, tontura, reações alérgicas. A ritalina também pode levar ao atraso no crescimento em crianças, que é revertido com a interrupção do tratamento.
Além disso, por ser da família das anfetaminas, a ritalina pode causar quadros de dependência. Por isso, quando o tratamento precisa ser interrompido, isso deve ser feito com a redução da dose gradual.
Seja o primeiro a ficar informado!
Receba as notícias do Três Passos News no seu celular:
https://chat.whatsapp.com/LpSJn1andC28wbpj7mEFso
O Globo