Foto: iStock/Chinnapong
Pesquisadores da University College London (UCL) fizeram uma descoberta importante sobre o Alzheimer, identificando um sintoma que pode surgir até 25 anos antes dos sinais mais conhecidos da doença. A dificuldade de navegação pode ser um dos primeiros indicativos da condição, possibilitando um diagnóstico mais precoce e intervenções antes do agravamento dos sintomas.
O estudo realizado pelos cientistas britânicos apontou que algumas pessoas começam a enfrentar desafios na orientação espacial a partir dos 40 anos, um possível sinal inicial da doença. Para avaliar esse sintoma, os pesquisadores aplicaram testes de realidade virtual e observaram que indivíduos com maior risco de desenvolver demência tiveram pior desempenho na navegação. Isso sugere que a perda dessa habilidade pode anteceder sintomas clássicos, como falhas na memória.
A Dra. Coco Newton, uma das autoras do estudo, destacou o impacto dessa descoberta na detecção precoce do Alzheimer. Segundo ela, reconhecer a doença nos estágios iniciais pode permitir tratamentos mais eficazes, retardando sua progressão e garantindo melhor qualidade de vida aos pacientes.
Com a possibilidade de um diagnóstico antecipado, medicamentos como lecanemab e donanemab podem ser administrados mais cedo. Essas drogas são projetadas para combater o acúmulo de proteínas amiloides no cérebro, um dos fatores associados à doença. No entanto, os pesquisadores alertam para possíveis efeitos colaterais, como a redução do volume cerebral, tornando essencial um acompanhamento médico especializado.
Além das dificuldades de navegação, o Alzheimer pode se manifestar de diversas maneiras. Os principais sintomas incluem:
O Dr. Richard Oakley, representante da Sociedade de Alzheimer, ressaltou a importância de aprofundar as pesquisas sobre os sintomas iniciais da doença. Segundo ele, muitos sinais podem passar despercebidos, dificultando um diagnóstico precoce.
Com os avanços tecnológicos e o uso de novas ferramentas desenvolvidas a partir desses estudos, espera-se que, no futuro, os médicos possam identificar o Alzheimer ainda nos primeiros estágios. Isso aumentaria significativamente as chances de tratamentos eficazes e poderia retardar a progressão da doença.
O Alzheimer continua sendo um dos grandes desafios da medicina. Apesar dos avanços na compreensão das causas da doença, as opções terapêuticas ainda são limitadas. Os cientistas seguem buscando novas estratégias para retardar ou, quem sabe, prevenir sua progressão, trazendo mais esperança para pacientes e familiares afetados pela doença.
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