
O Desafio do desodorante voltou a causar tragédia no Brasil. Uma menina de apenas 8 anos faleceu após participar de uma suposta brincadeira viralizada nas redes sociais, especialmente no TikTok.
A criança foi encontrada inconsciente dentro de casa, em Ceilândia (DF), segurando um frasco de desodorante aerossol.
A Polícia Civil do Distrito Federal abriu inquérito para apurar as circunstâncias do caso que chocou o país e reacendeu o alerta sobre os perigos dos desafios virtuais.
A vítima, identificada como Sarah Raíssa Pereira de Castro, estava internada no Hospital Regional de Ceilândia desde quinta-feira (10) e teve morte cerebral confirmada no domingo (13).
Segundo relatos da família, a menina teria participado do chamado Desafio do Desodorante, prática perigosa que consiste em inalar o gás do produto com o objetivo de alcançar uma sensação de euforia momentânea — mas que pode provocar parada cardíaca e morte.
A polícia informou que a criança sofreu uma parada cardiorrespiratória e ficou aproximadamente 60 minutos sendo reanimada, porém sem apresentar reflexos neurológicos.
“O episódio provocou uma parada cardiorrespiratória grave. Apesar das tentativas de reanimação, houve morte encefálica confirmada após a internação”, informou a corporação.
A investigação está sob responsabilidade da 15ª Delegacia de Polícia, que buscará determinar como Sarah teve acesso ao conteúdo do desafio, identificar os autores da publicação e se há responsabilização penal envolvida. Os culpados podem ser enquadrados por homicídio duplamente qualificado, com penas que chegam a 30 anos de prisão.
Este já é o segundo caso registrado no Brasil em menos de um mês. No dia 9 de março, a menina Brenda Sophia Melo de Santana, de 11 anos, morreu no Hospital Municipal Dr. Miguel Arraes, em Bom Jardim (PE), também após inalar desodorante em spray.
A mãe da criança relatou que encontrou a filha inconsciente e correu para o hospital, onde a menina sofreu parada cardíaca e faleceu, mesmo após tentativas intensas de reanimação por quase 40 minutos.
De acordo com familiares, Brenda já havia sido advertida por usar desodorantes de forma imprópria.
A Prefeitura de Bom Jardim emitiu comunicado reforçando a importância do diálogo entre responsáveis e crianças sobre os perigos do mau uso de produtos químicos e os riscos escondidos por trás de “brincadeiras” disseminadas nas redes sociais.
A pediatra Camila Carbone Prado, médica do CIATox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) da Unicamp, alerta para os riscos reais da inalação de aerossóis: “Esses produtos contêm gases como o butano, que podem causar arritmias, asfixia, lesões neurológicas e até parada cardíaca fulminante. Além disso, o pulmão pode sofrer danos sérios e irreversíveis”, explicou.
A médica também destacou que a rapidez no atendimento é fundamental. “Em casos de intoxicação, cada segundo conta. É preciso levar a pessoa para o hospital imediatamente ou acionar uma ambulância o quanto antes”, frisou.
Desafio do desodorante
Segundo Camila, o CIATox já atendeu casos parecidos em 2022 no Hospital das Clínicas da Unicamp e tem oferecido suporte a situações semelhantes pelo país.
“O Desafio do Desodorante, apesar de parecer inocente, é extremamente perigoso e já causou diversas mortes”, completou.
Pesquisas rápidas na internet revelam registros de desafios semelhantes desde pelo menos 2018, mostrando que a prática não é nova — mas tem ganhado força com a viralização nas redes sociais.
Até o momento, a empresa TikTok não se pronunciou oficialmente sobre o caso envolvendo Sarah Raíssa, nem comentou se tomará providências para restringir conteúdos semelhantes na plataforma.
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